Primeira Classe

Carros que vendem muito porque têm descontos altos

Na lista dos 20 mais vendidos, Kicks e outros três modelos se apoiam nas vendas diretas

Rafaela Borges

26 de abr, 2019 · 5 minutos de leitura.

Nissan Kicks" >
Nissan Kicks
Crédito: Valeria Gonçalves/Estadão

Renegade, Gol, Kicks e Ka Sedan. Na lista dos 20 carros de passeio mais vendidos no primeiro trimestre, esses foram os que tiveram seus desempenhos quase totalmente impulsionados por grandes descontos.

O que isso significa? Que sem as vendas diretas, eles provavelmente não estariam nem na lista dos 20 mais vendidos do Brasil.

E o que as vendas diretas significam? São os negócios fechados com nota fiscal de fábrica, e não de concessionária. Na maior parte dos casos, os descontos são muito altos, sejam eles efetuados pela montadora ou o governo (caso dos abatimentos de impostos dados a pessoas com necessidades especiais, ou PCD).

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As vendas diretas, que já estavam fortes em 2018, dispararam neste ano. No primeiro trimestre, chegaram a quase 43%.

As razões não são apenas as vendas no atacado, para locadoras e frotistas, por exemplo. Segundo as montadoras, cada vez mais cresce a venda para o público PCD.


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A versão PCD do Creta, por exemplo, é a mais vendida do modelo da Hyundai. No caso do Renegade, as entregas para esse público cresceram 40% desde a reestilização do produto, no fim do ano passado.


Os descontos são muito bons. Um Creta PCD, por exemplo, custa R$ 69.990. Com os descontos de impostos concedidos pelo governo, pode sair por menos de R$ 54 mil.

 

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Kicks e as vendas diretas

Existe uma boa briga pela liderança dos SUVs compactos neste ano. Dois modelos que disputam essa posição, Kicks e Renegade, têm mais de 50% dos emplacamentos originados de vendas diretas.

No primeiro trimestre, foram emplacados 12.484 Kicks no Brasil. Desses, 65% foram provenientes de negócios fechados por meio de vendas diretas.


No ranking que incluem apenas esse tipo de negócio, inclusive, o Kicks foi o sexto carro mais emplacado do Brasil no período.

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Já no ranking geral de vendas de carros de passeio (atacado + varejo), o Kicks ficou com o 11º lugar.

No caso do Renegade, as vendas diretas representam 74,2%.

Outro SUV que é mais forte nessa modalidade que no varejo, mas não está no “top 20”, é o Captur, com 66% de participação de vendas diretas.


Gol e Ka Sedan

O hatch compacto da Volkswagen, ex-líder do Brasil (até 2014), teve 66% de seus 16.151 emplacamentos provenientes de vendas diretas.

No caso do Ka Sedan, a participação foi de 58,9%. Fora do “top 20” de emplacamentos gerais, também têm fortes vendas diretas o Logan, o Voyage, o Uno e o Spin.

 


Veja também: Os SUVs mais vendidos em março

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”