Primeira Classe

Por que o Ritz é um mito da hotelaria

Serviço e história transformam o Ritz em um ícone da hospedagem de extremo-luxo

Rafaela Borges

07 de mai, 2019 · 7 minutos de leitura.

Hotel Arts, da rede Ritz" >
Hotel Arts, em Barcelona
Crédito: Ritz-Carlton/Divulgação

Quando você pensa em uma hospedagem de extremo luxo em Paris, qual hotel vem à sua mente? E em Nova York? Na minha, é o Ritz. E Paris? Idem. Bem, essa história eu vou explicar um pouco mais abaixo, porque, na capital francesa, o Ritz é um pouquinho diferente.

A rede de hotéis atualmente administrada pelo grupo Marriott é um verdadeiro mito da hotelaria mundial. Independentemente da cidade em que esteja, o Ritz é sempre uma referência.

O nome completo do hotel é, na verdade, Ritz-Carlton. Porém, ele assume algumas outras denominações em alguns locais. Exemplo é a unidade em que fiquei hospedada em Barcelona: Hotel Arts.

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A América do Sul, que tem unidades de bandeiras mundiais de extremo-luxo como Four Seasons e W, também tem um Ritz para chamar de seu. Mas não é no Brasil, e sim em Santiago, no Chile.

Minha experiência no Ritz

Existem inúmeras bandeiras de luxo no mundo. O Four Seasons, claro, ou o Saint-Regis. E o que dizer do Mandarim Oriental? Já é um ícone também.

Mas nenhum deles tem o peso do Ritz. Em primeiro lugar, eu diria que essa rede é um ícone da hotelaria por causa de sua história.


Claro que há novos e modernos Ritz. Aos montes, na verdade. Porém, algumas unidades são ícones não só de hotelaria, mas de arquitetura, decoração e história.

Além do Hotel Arts, em Barcelona, minha outra experiência no Ritz foi no Lake Tahoe, em Truckee, Califórnia. E foram nelas que descobri a segunda razão da aura de extremo-luxo que o Ritz carrega: os serviços.

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A primeira experiência, em Barcelona, me deixou sem nenhuma vontade de ir embora após cinco dias no hotel. Não foi apenas pelo melhor café da manhã de hotel em minha vida, nem pelo quarto moderno, espaçoso e confortável com vista para o Mediterrâneo.

Nem pela piscina badalada, logo acima do famoso Porto Olímpico de Barcelona, uma localização privilegiada. No Ritz, todos os seus desejos são realizados.


 

O staff é muito bem treinado para conseguir tudo o que o cliente quer. Os concierges têm as melhores dicas e conseguem reservas para os locais mais badalados da cidade.

Ao sair no corredor do andar de seu quarto, é bem comum um funcionário vir perguntar se há algo que você deseja. O serviço de quarto é realizado até três vezes ao dia, se o cliente desejar.


É um serviço bem parecido com o de outra referência em hotelaria, o Bulgari, de Milão, no qual me hospedei no ano passado.

Lake Tahoe

O Ritz-Carlton é também o hotel mais badalado da região de Lake Tahoe, conhecida pelas estações de esqui no inverno e as praias à beira do lago no verão.

Ali, o estilo não é moderno como o do Hotel Arts. Por estar em uma estação de esqui, tem uma decoração que lembra mais as de sofisticados chalés de montanha, com muito uso de madeira, tijolos aparentes e tons na cor marrom.


 

 


O serviço, porém, tem o mesmo nível, com a “ordem” de atender aos mínimos desejos. E, para facilitar a vida do hóspede no inverno e no verão, tem seu próprio teleférico, para levar a turma do esqui às montanhas.

Para quem for no verão, saiba que o Ritz Lake Tahoe não está à beira do lago. No entanto, o hotel tem seu próprio clube de praia, com transfer gratuito durante todo o dia e noite – afinal, ele também funciona como um restaurante.

Gostei muito das minhas experiências no Ritz. Acho que é um grande exemplo de que o luxo não está apenas na aparência, mas principalmente no conteúdo.


 

Ritz que não são Carlton

Talvez aquele que é o mais famoso Ritz, o de Paris, fundado no fim do século XIX, não faz parte do grupo Ritz-Carlton. É independente.


Assim também são as unidades de Lisboa (administrada pelo Four Seasons) e Madri (do grupo Mandarin Oriental, e agora em reforma.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”