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Motos elétricas e scooters de baixo desempenho precisam de CNH; entenda
Legislação

Motos elétricas e scooters de baixo desempenho precisam de CNH; entenda

Com vendas em alta, motos elétricas, scooters e cinquentinhas exigem habilitação e devem cumprir as regras dos modelos de maior cilindrada

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

21 de jun, 2022 · 7 minutos de leitura.

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Voltz EV1 Sport
Motos elétricas crescem e vendem nove vezes mais em 2022
Crédito:Voltz/Divulgação

Com as reviravoltas na indústria automotiva e o avanço da eletrificação no Brasil, as motos elétricas e scooters vêm caindo nas graças do consumidor. Tal como contamos aqui no Jornal do Carro, o balanço de maio da Fenabrave apresentou crescimento de 878% nas vendas de modelos movidos a bateria. No acumulado de 2022, a entidade registrou 3.602 unidades emplacadas ante 313 no mesmo período do ano passado. No entanto, surgem dúvidas na hora de comprar uma moto elétrica. Entre elas, se é necessário ou não possuir habilitação.

E a resposta é sim. De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (CTB), para conduzir ciclomotores de duas ou três rodas com propulsor elétrico que parte de 4kW, é necessário a CNH na categoria A ou a Autorização para Conduzir Ciclomotores, a chamada ACC. A mesma regra vale para motos com motores a combustão de até 50 cm³ – as famosas “cinquentinhas” -, cuja velocidade máxima não costuma passar dos 50 km/h.

roubos seguro
Foto: Clayton de Souza/Estadão

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A dúvida se dava, pois, até pouco tempo atrás, o conceito de moto elétrica ainda não existia no código brasileiro. Mas, quem for pego pela fiscalização sem ACC ou com o documento suspenso ou cassado, o CTB prevê a aplicação de multa gravíssima. E não é só. A lei também determina a multiplicação dessa multa por 3. Ou seja, nessas ocasiões, o condutor paga R$ 880,41 e, com base no artigo 162, pode ter o veículo retido até a regularização.



Outros deveres

Cabe ressaltar que as motos e scooters elétricas – e as de baixa cilindrada – devem seguir as coordenadas das demais motocicletas. Dessa forma, o piloto deve utilizar capacete, acender o farol, bem como emplacar, licenciar e pagar o IPVA do veículo. Além disso, a lei determina que os ciclomotores devem ser conduzidos pelo lado direito da pista, preferencialmente no centro da faixa.

No mais, não é permitido rodar com esses veículos em ciclovias ou em cima das calçadas. A lei não permite trafegar em velocidade inferior à metade da velocidade máxima da via, com isso, os ciclomotores não podem rodar em rodovias cujo limite seja de 120 km/h, por exemplo.


Shineray SHE S
Shineray/Divulgação

Como funciona a moto elétrica?

Na prática, uma moto elétrica possui um motor elétrico e baterias – que podem ser de íon de lítio ou chumbo – que ficam no lugar dos tanques. Dessa forma, elas não entram na categoria de cilindradas (CC), bem como não utilizam a unidade de cavalos de potência (cv). Ao contrário, elas são avaliadas em watts (W). No caso da Voltz Ev1 Sport, por exemplo, que foi a moto elétrica mais vendida no acumulado, a bateria tem 60V e pode chegar até a 4.500 W de potência, com uma autonomia de 100 km/h.

Vale dizer que, além de descartarem gastos com combustíveis tradicionais, as motos elétricas dispensam também a manutenção preventiva. Ao mesmo tempo, não são tão caras como no caso dos automóveis, pois usam baterias menores. Assim, com o custo da eletricidade bem menor que o da gasolina, rodar com esses modelos na cidade fica mais barato. E não poluí o ar.


motos elétricas
Divulgação/Super Soco

PL quer baratear habilitação

Como adiantado pelo Jornal do Carro, o novo Projeto de Lei 1163/21, do deputado Augusto Coutinho (Republicanos/PE), quer baratear e simplificar o acesso à habilitação para pilotar scooters e motos elétricas e de baixa cilindrada (50 cc). Em tramitação no Congresso Federal, a PL propõe facilitar a emissão da Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC), que é obrigatória para utilização desses veículos.

Na prática, a proposta é dispensar algumas etapas, como as aulas práticas e teóricas para a obtenção da ACC. Assim, caso aprovada, pode reduzir em mais de 60% o custo para obter a habilitação que, hoje, tem um valor médio de R$ 1.000, contando exames, taxas e aulas. A proposta do PL é exigir apenas as avaliações médica e psicológica, além das taxas. Dessa forma, o valor para obtenção do documento ficará em R$ 389,04.


Hoje, o projeto tramita em caráter conclusivo e passará por análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso aprovado, vai para o Senado Federal e, posteriormente, para sanção do Presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.