A migração para os carros elétricos também é meta para as empresas de mobilidade urbana. E a Uber já tem a sua traçada. Segundo declarou o CEO Dara Khosrowshahi, toda a frota de carros será elétrica até 2040. Isso no mundo. Mas, a virada começará a partir de 2030. É quando Canadá, Estados Unidos e Europa passarão a ter somente veículos a baterias nas corridas do app. “Se estivermos fazendo nosso trabalho, seremos totalmente elétricos”, declarou o CEO em entrevista à CBS.
O foco inicial é os EUA, onde a empresa já possui a opção “Comfort Electric” em 25 cidades norte-americanas. A opção engloba apenas modelos 100% elétricos e é um pouco mais cara que as demais. Como, por exemplo, o “Uber X”. Com ela, a empresa pretende dobrar sua frota de veículos com zero emissões no próximo ano, dos atuais 26 mil para 50 mil.
Incentivo
Mas, o fato é que nem tudo é simples. Mesmo com um crescimento mais avançado lá fora, os carros elétricos ainda são uma opção cara. Nos EUA, por exemplo, a média é de US$ 60 mil, cerca de R$ 300 mil na conversão direta atual. Dessa forma, a Uber assumiu o compromisso de dar suporte aos motoristas que quiserem fazer a transição. De acordo com o CEO, a empresa vai fazer um investimento de cerca de US$ 800 milhões para diversos incentivos. Além disso, também firmou uma parceria com a Hertz – grupo de locação de carros – para oferecer opção de alugar modelos da Tesla por semana e por mês.
No geral, há algumas vantagens e desvantagens em operar com carros elétricos no aplicativo. Um dos pontos positivos é que o app paga US$ 1 para cada viagem que o condutor faz com o EV. No mais, compensa por fugir do abastecimento com combustíveis fósseis, como a gasolina.
No entanto, um dos pontos negativos é que, por ter uma demanda baixa, há uma certa demora em conseguir viagens. Contudo, o CEO da Uber afirma que, conforme mais EVs entrem no aplicativo, mais barata e mais rápida ficarão as corridas. “Quanto mais carros elétricos tivermos em um mercado específico, mais o tempo de espera diminui e os preços podem cair”, disse o executivo.
Será que vem ao Brasil?
Até o momento, a Uber não deixou claro como a plataforma vai operar em outras regiões do mundo, como no Brasil. Por aqui, o aplicativo já conta com alguns modelos elétricos cadastrados, mas é raro. Vale dizer que, recentemente, algumas marcas começaram a incentivar o uso de carros movido a baterias para motoristas de app. Esse é o caso, por exemplo, da Caoa Chery, que trouxe o iCar ao País. O modelo foi o elétrico mais vendido de agosto e custa R$ 144.990. Além dele, há também o BYD D1, que custa R$ 270 mil e tem autonomia de 317 km.