É bem comum eu receber, de pessoas que vão viajar para a Alemanha, pedidos de dicas. A razão: já estive no País pelo menos 20 vezes, já que lá é a casa de Porsche, BMW, Mercedes-Benz, Audi e Volkswagen. Além disso, o fato de o país ter rodovias sem limite de velocidade (e, por ora, sem pedágio) é um convite para qualquer montadora lançar seu carro em território alemão. Afinal, além dos autódromos, onde mais se pode acelerar sem limites?
(No Instagram: @blogprimeiraclasse)
Em setembro de 2014, preparei uma série, aqui no blog, batizada de “Turismo na Alemanha”. Nela, conto tudo o que um apaixonado por carros precisa saber antes de visitar o país que é uma verdadeira imersão no mundo do automóvel: os museus, as estradas, as viagens de carros mais legais, aluguel de veículos, visita a autódromos (para acelerar), etc. Confira aqui.
Agora, faço um resumo das principais cidades para visitar no país, com dicas sobre onde ficar, comer e dirigir e o que visitar.
BERLIM
É a melhor cidade da Alemanha, e talvez do mundo. Cosmopolita e multicultural, é também muito receptiva com estrangeiros, que se comunicam com facilidade por lá: todo mundo fala inglês. Plana, é uma das melhores cidades para se explorar de bicicleta. As ciclovias, aliás, são muito bem planejadas e o transporte é um dos mais populares entre os berlinenses.
POR QUE VISITAR: a capital da Alemanha conta a história do século XX. Entender Berlim é entender a Guerra Fria, é ver o contraste entre a arquitetura clássica da cidade, a da época da Alemanha Oriental e a contemporânea. Berlim também tem uma infinidade de lugares para se explorar, e uma vida cultural e noturna muito agitadas.
ONDE FICAR: O Hotel mais tradicional é o Adlon Kempinski, na Unter den Linden, avenida mais sofisticada da cidade. Outra opção luxuosa é o Ritz-Carlton, na Potsdamer Platz, ao lado do moderno Sony Center. O Sheraton e o Intercontinental são opções de cinco estrelas confortáveis e bem mais em conta.
ONDE COMER/BADALAR: O estrelado Lorenz, no Adlon Kempinski, é um dos mais badalados da cidade. Acabei de receber uma dica novinha para quem quer um jantar em um restaurante bem conceituado: trata-se do asiático Tim Raue, próximo ao Checkpoint Charlie. Meu amigo Ricardo Garcia esteve lá hoje e o descreveu como sensacional. A Potsdamer Platz tem diversos bares e restaurantes legais para almoçar e fazer happy hours. Aliás, bares e restaurantes bacanas estão espalhados por todo o bairro de Mitte, o centro cultural de Berlim. A capital alemã também é bastante conhecida por suas casas noturnas. Eu, particularmente, recomendo o Harry’s New York, no hotel Sheraton, que não tem nada a ver com a cena eletrônica, mas oferece ótimas noites de jazz e blues.
O QUE VER: a lista é longa. Comece pelo Reichstag, a sede do parlamento da Alemanha. Siga então para o Tiegarten, um dos parques mais lindos do mundo. Logo em frente, há os Portão de Brademburgo, um dos marcos da divisão entre as Berlim Oriental e Ocidental. Atrás dele, está a parte que era oriental, com a Unter den Linden, suas lojas sofisticadas e as embaixadas de diversos países. Na avenida paralela ao portão, você encontrará o Memorial aos Judeus e a Potsdamer Platz. Pesquise o mapa de Berlim na época do muro antes de visitar essas áreas. Como a muralha que separava as duas cidades era circular, às vezes fica difícil saber quando se está em uma ou outra. Vá ao Checkpoint Charlie, que era o principal ponto de imigração entre as duas partes da cidade. Ao lado, há um museu audiovisual que conta como era a vida em Berlim Oriental. Próximos ao local, estão os 300 metros que restaram do muro. Também valem a visita a Catedral de Berlim, a ilha dos museus, a torre de TV (onde os visitantes sobem para ter vistas panorâmicas da cidade) e a Kudamm, que era a avenida principal de Berlim Ocidental. Por ali, está o aquário de Berlim, que era a “casa” de Paul, o polvo.
E OS CARROS? Na área que restou do muro, é comum ver diversos exemplares do Trabant, carro que era símbolo da Alemanha Oriental, circulando. Dá para alugar o simpático modelo para fazer passeios pela cidade. Se tiver tempo, vá até Wolfsburg, sede da Volkswagen, para visitar a cidade do automóvel, um verdadeiro parque de diversões para os fãs de carros.
MUNIQUE
É a principal cidade do sul da Alemanha. Além de ter algumas atrações turísticas imperdíveis, é mais interessante que Berlim para quem gosta de carros, pois é a sede da BMW e fica próxima à da Audi.
ONDE FICAR: O Sofitel é contemporâneo, luxuoso e fica ao lado da principal estação de trem de Munique.
ONDE COMER/BADALAR: O Tantris, contemporâneo e com duas estrelas no Guia Michelin, é um dos melhores restaurantes que já visitei. No menu degustação, a maioria dos pratos inclui frutos do mar. Fica próximo à sede da BMW. No centro, o também estrelado Schuhbecks traz interpretações contemporâneas para a culinária alemã. Já o Haxnbauer é um dos melhores locais para experimentar os pratos tradicionais da Baviera. Próximo à Marienplatz, tem ambiente rústico típico dos restaurantes alemães de raiz. Para badalar, vá ao Negroni, bar com os melhores coquetéis de Munique.
O QUE VER: Comece pela Marienplatz e faça um tour a pé pelo centro da cidade. Caminhe pela avenida Maximilian, a mais sofisticada de Munique, com restaurantes e lojas de grife. O Englischer Garten, principal parque da cidade, é imenso e lindo. Bom para relaxar, caminhar, praticar esportes e fazer um dos mais tradicionais programas da cidade: comer salsicha e tomar cerveja de barraquinha. E por falar em cerveja, Munique é sede da Oktoberfast, e também das mais famosas cervejarias da Alemanha. Para quem gosta da bebida, vale fazer um tour por uma delas, para saber como o produto é fabricado e também para degustação. Há pacotes que incluem almoço ou jantar.
E OS CARROS? Ao lado do estádio olímpico, que fica em um parque, está a sede da BMW, e também seu museu, com um acervo riquíssimo. Se der tempo, vá ao BMW Welt para ver os carros mais modernos da marca, e também para fazer um happy hour no restaurante do local. A 70 km de Munique está Ingolstadt, cidade-sede da Audi, que também tem seu museu por lá. É mais compacto, mas também vale a visita, para conhecer as origens da marca das quatro argolas. E, se estiver lá, vá até Neuburg para conhecer a sede da Audi Sport e fazer um curso de direção na pista exclusiva da montadora. Veja detalhes aqui. Por fim, a partir de Munique, dá para se explorar diversos outros locais, como a Rota Romântica e seus castelos (o Neuschwanstein inspirou o castelo da Cinderela, na Disney, nos EUA), ou a Áustria – ir até Salzburgo é uma ótima pedida. Alugue um automóvel bem legal e divirta-se nas rodovias alemãs.
STUTTGART
É a sede da Porsche e da Mercedes-Benz. A “estrela” desta montadora, aliás, está bem no alto da principal estação de trem da cidade. Aqui, as principais atrações são os museus das duas fabricantes. O da Mercedes, aliás, se confunde com a própria história do automóvel. Se estiver na cidade, confira também sua arquitetura clássica, bem evidente no “Castelo de Stuttgart”, que é sede do poder executivo, e na universidade da cidade.
Para se hospedar, uma boa dica é o Steingenberger, cinco-estrelas com quartos amplos e aconchegantes em frente a estação principal de trem – há boas opções de bares e restaurantes nas imediações. Para ir além, alugue um carro e vá até Baden-Baden, a 110 km. De lá, dirija mais 110 km até Freiburg. Entre as duas cidades está uma das rotas turísticas mais tradicionais da Alemanha, a Floresta Negra, com suas lendas sobre lobisomens, anões e outros seres mitológicos, além de cachoeiras e paisagens deslumbrantes.
FRANKFURT
É a capital financeira da Alemanha, repleta de bons restaurantes e hotéis. Além disso, em Frankfurt está o maior aeroporto do país, o que acaba levando muitos turistas a passarem pela cidade, principal ponto de acesso aéreo ao território alemão.
Também em Frankfurt estão muitas feiras mundiais importantes, como a literária, a de design e, principalmente, a automotiva, que é bienal (este ano tem edição do Salão de Frankfurt, em setembro). Terra natal de Goethe, tem um museu dedicado ao escritor.
Na Main Tower, o visitante tem uma vista panorâmica da cidade. Dá para fazer um passeio de bike pelas margens e pontes do Rio Main, ou de barco, para conhecer um pouco mais da história da cidade. O centro histórico tem construções tipicamente alemãs, muitos restaurantes tradicionais e contemporâneos e diversos prédios modernos, comuns em centros financeiros. Como em Berlim, o Frankfurt o novo e o clássico convivem, mas sem tanto charme quanto na capital alemã.
Nessa parte da cidade, visite a praça da Alte Opera (Ópera Antiga), um marco da arquitetura. Para se hospedar, o Steigenberger Frankfurt Hof é um cinco estrelas luxuoso, com quartos espaçosos e ótima localização. Suas áreas sociais têm exposição de alguns carros raros.
Se estiver só de passagem e for ficar no aeroporto – a cerca de 20 minutos do centro -, o Sheraton é excelente opção. Tem variedade de bares e restaurantes e fica do lado da estação de trem. No centro, prove a culinária tradicional alemã no bar da Paulaner.
COLÔNIA
A principal atração da cidade é a catedral, uma das mais bonitas da Europa. Além disso, Colônia é sede do mais famoso carnaval da Alemanha. Para quem sonha em pilotar um carro em Nurburgring – ou em sua versão estendida, Nordschleife, com mais de 20 km -, a cidade importante mais próxima é Colônia, a cerca de 100 km.
GALERIA: DEZ ESTRADAS INCRÍVEIS PARA QUEM GOSTA DE DIRIGIR
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