Fiat Siena e Uno, Ford Focus, Volkswagen Golf, Honda WR-V. Fica difícil enxergar um futuro para esses modelos no mercado brasileiro. Talvez, Mobi e Up! também estejam nesse grupo, bem como o Cruze Sport6.
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E o que dizer de todos os sedãs médios que não são Corolla, Civic e Cruze? Com vendas tão baixas, será que existe futuro para eles?
Alguns estão nessa lista porque seus segmentos estão morrendo – no geral, engolidos pelos SUVs. Outros, porque não fazem mais sentido nenhum do mercado. Há ainda os que simplesmente não deram certo.
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É importante que fique claro que isso é apenas uma análise. Não há nenhuma confirmação de que esses modelos vão sair de linha, ou que não terão nova geração. De todo modo, como vocês poderão ver abaixo, fica difícil vislumbrar um futuro para eles no Brasil.
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Fiat Siena
Ele já foi um dos sedãs mais vendidos do Brasil, mas seu tempo acabou. O Fiat Siena não faz mais nenhum sentido no mercado brasileiro.
A Fiat nega que o sedã sairá de linha. É difícil de acreditar. Ela dizia o mesmo de carros que não recebiam investimentos há tempos, como Palio, Punto e Bravo. Todos disseram adeus, no fim das contas.
Para um carro que não recebe nenhuma atualização desde 2016, o Fiat Siena até que não vai tão mal em vendas. Diferentemente do Uno, ele tem conseguido se manter na lista dos 50 mais emplacados.
Nos dois últimos meses, o Fiat Siena fez médias de 1.300 emplacamentos por mês. É pouco, comparado a seu passado. Porém, não é um número irrelevante. Longe disso.
O que reforça a aposta de que o Fiat Siena dará adeus em breve é a falta de atualizações. Outro sinal é o destino de seu irmão Palio, que parou de ser produzido com a chegada do Argo.
Após o lançamento do Cronos, no início deste ano, o Fiat Siena deixou de fazer sentido. Talvez, a marca demore quase um ano, como ocorreu com o Palio, para anunciar o fim do sedã.
Mas que o Fiat Siena vai embora, ele vai. Podem apostar.
Fiat Uno
No caso do Uno, acredito que a Fiat realmente não tinha intenção de deixar de vendê-lo quando lançou o Mobi. O veterano, afinal, é um sucesso histórico.
Porém, o Uno acabou sendo reposicionado, e ficou caro. Trata-se de um carro tradicionalmente popular. Foram anos e anos com essa imagem. Não dá para revertê-la de uma hora para outra.
O resultado é que o Uno está indo de mal a pior. Em junho, por exemplo, teve apenas 427 emplacamentos. No mês passado, melhorou um pouco: foi a 883.
Porém, os volumes são baixos demais para fazerem valer a aposta de que a Fiat continuará investindo no Uno. A única salvação para o carro é a marca deixar o Mobi de lado, no futuro, para apostar em uma nova geração para o veterano. Será?
Não deu certo
O Honda WR-V até teve um começo promissor no Brasil, no ano passado. Em 2018, porém, ele está indo mal. Nos dois últimos meses, oscilou entre mil e 1.300 e 1.100 emplacamentos.
Para o segmento de SUVs, um dos mais “bombados” do País, esse número é irrisório. Além disso, neste mês, foi um dos únicos modelos da categoria a registrar queda de vendas.
Há algumas razões para o WR-V não ter dado certo (veja aqui). A principal é ele ser caro demais para o que oferece.
Talvez, a Honda volte a apostar em uma opção entre Fit e HR-V (essa era a função do WR-V, em minha análise). Porém, a proposta, com certeza, será diferente da adotada com o SUV, uma versão incrementada do Fit.
Mudança de posicionamento
Outro que não deu certo foi o Up! Ele vendeu cerca de 2 mil unidades no mês passado, o que não é de se ignorar. Porém, não é para isso que foi lançado.
O Up! veio para ser o Volkswagen de entrada, talvez o mais vendido. Isso não aconteceu. Ele foi considerado pequeno pelo racional consumidor do segmento, que quer um carro popular com espaço.
O caminho adotado pela Volkswagen para o Up!, que é um excelente carro, foi transformá-lo em um modelo urbano, de estilo, voltado a um consumidor de maior poder aquisitivo. As versões de entrada saíram de linha. Hoje, a mais em conta passa dos R$ 51 mil.
O reposicionamento parece ter dado certo. Porém, para um carro que pretendia ser best seller, o Up! se tornou de nicho. Não dá para apostar em um futuro para um modelo desse tipo com o atual volume de vendas.
2.000 unidades ao mês fazem sentido só para modelos de segmentos superiores, como sedãs e SUVs. Nesse caso, o investimento vale a pena, pois eles garantem mais lucro às suas fabricantes.
Segmentos que estão morrendo
O Golf já foi um dos modelos mais desejados pelo brasileiro. Porém, no mês passado, somou 187 unidades vendidas.
Achou pouco? Pois saiba que essa é a realidade do Golf. Seu volume normal, já há muito tempo, fica na casa das 200 unidades. Em meses melhores, chega a 300.
Para o Focus, a realidade é exatamente a mesma. O Cruze Sport6 vai um pouco melhor, com médias de 400 unidades nos dois últimos meses.
Ainda assim, são três casos de carros que não têm futuro muito promissor no País. Como as montadoras vão investir em novas gerações de modelos que têm volumes tão baixos? Afinal, são carros globais, modernos, e não vendem nada. O investimento não vale a pena.
Se houver futuro para os três, é algo semelhante ao que a Volks já fez com o Golf no Brasil. Em vez de lançar a quinta geração no País, a marca fez uma reestilização na quarta. Porém, mesmo essa solução parece cara para o volume atual do carro.
A realidade é que os SUVs compactos mataram os hatches médios. E estão matando também os sedãs.
O Corolla, claro, tem futuro. Civic e Cruze também vão bem. Os demais estão vendendo menos que o sedã de luxo Mercedes-Benz Classe C.
No caso do Jetta, por ser importado do México, dá para vislumbrar futuro. Afinal, não há custo de produção no Brasil. A nova geração, inclusive, chega em setembro.
Talvez, Elantra e Cerato, igualmente estrangeiros, também possam sobreviver. Mas e quanto aos sedãs produzidos no Mercosul? Será que dá para pensar em um futuro promissor?
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