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A obsolescência programada do vice

Hyundai HB20 vai ganhar nova geração no ano que vem e nem sentirá a queda de vendas que o tempo poderia lhe impor

Diego Ortiz

15 de out, 2018 · 4 minutos de leitura.

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Hyundai HB20 R-Spec
Crédito: Crédito: Hyundai/Divulgação

A Hyundai estudou muito bem o mercado brasileiro para lançar o HB20 em setembro de 2012. Viu o que tinha de bom na concorrência, em especial no Volkswagen Gol, e fez um carro sólido, bom de dirigir, que dá pouca manutenção e com um visual moderninho e diferente que agradou muito à época. Não por acaso virou o vice líder do mercado brasileiro.

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Hoje, após uma única reestilização, em 2015, o HB20 já parece um pouco datado. E o leve declínio de suas vendas confirmam isso. Porém, como eu disse antes, a marca estudou muito bem o mercado brasileiro ao lançar o hatch e não parou por lá. E em uma espécie de obsolescência programada do “bem”, sua nova geração chega (até o segundo semestre de 2019) justamente quando ele começa a perder um pouco de força. Parece até que a marca adivinhou.

Mesmo assim, ele possivelmente entregará para a Hyundai a vice-liderança do mercado no fim do ano, um feito gigantesco para um carro de seis anos que pertence a uma marca que não está entre as “Top 5” de vendas. Prova de que o produto é bom.

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Sobre a nova geração, flagras mostram que o carro ficará um pouco maior, com 5 cm a mais de entre-eixos, e que o foco continuará sendo no design. Brasileiros que fazem parte do projeto foram ao centro de desenvolvimento do grupo Hyundai-Kia em Namyang, Coreia, e gostaram do que viram na aprovação de estilo.

Motores do vice serão os mesmos

Em termos de plataforma e mecânica, não haverá mudanças. Seguem o 1.0 aspirado, o 1.6 e o 1.0 Turbo, talvez com algumas melhorias para render mais, como injeção direta de combustível. Outra atualização deverá ser na retirada do tanque de partida a frio, que não faz mais sentido. De resto, como os motores do carro são relativamente modernos, a Hyundai dará uma economizada neste aspecto, o que é normal.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”