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Ainda tem carro PCD no mercado? Teto de R$ 100 mil do ICMS é baixo
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Ainda tem carro PCD no mercado? Teto de R$ 100 mil do ICMS é baixo

Com preços inflacionados, mercado brasileiro tem poucas opções de carros PCD com câmbio automático de até R$ 100 mil; IPI tem teto de R$ 200 mil

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

16 de set, 2022 · 7 minutos de leitura.

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PCD Carro popular
Público PCD pode conseguir isenção total ou parcial do IPVA
Crédito:Reprodução/Internet

No fim de 2021, o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) atualizou o teto para isenção de ICMS nos carros PCD. O valor limite até então era de R$ 70 mil, e passou a R$ 100 mil, após a decisão ser publicada no Diário Oficial da União. O aumento no valor se deu por conta da disparada dos preços dos veículos 0-km. Afinal, a pandemia da Covid-19 mudou muito o cenário da indústria automotiva no País, e fez com que o mercado PCD praticamente evaporar. Pois agora, menos de um ano depois, essa margem de R$ 100 mil já não engloba a maioria dos carros novos. Portanto, novamente, o mercado de veículos para Pessoas com Deficiência parcas opções.

Em um levantamento realizado pelo Jornal do Carro, apenas quatro modelos com câmbio automático se encaixaram no teto atual do ICMS. E com a instabilidade econômica, a tendência é que, até o final do ano, o Brasil conte com menos opções que entrem no abatimento do imposto. Mas, vale dizer que, em resposta, muitas marcas estão oferecendo reduções próprias para compensar a falta do ICMS. A margem não chega a ser idêntica, mas circula entre 2% e 8%, a depender do produto.

PCD
Divulgação/Pixabay

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Com esse aumento acelerado na tabela de preços, o único desconto que passa a ser contemplado com maior facilidade é do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Isso porque, em 2022, o teto passou de R$ 140 mil para R$ 200 mil. Assim, abrange uma maior gama de veículos no mercado.



Carros automáticos de até R$ 100 mil

Em dezembro do ano passado, o JC fez um levantamento de modelos que tinham isenção do ICMS e do IPI. Publicamos uma lista com 10 SUVs. Entre eles, estava, por exemplo, o Fiat Pulse Drive 1.3 Flex que, na época, custava R$ 96.975. Contudo, em janeiro, o SUV sofreu reajustes e ultrapassou o teto de R$ 100 mil, deixando de se encaixar no ICMS e passando a integrar o desconto apenas do IPI. Agora, os preços do utilitário começam em R$ 102.590.

O fato é que há poucas opções que entram nessa faixa de preço. Uma delas é o Chevrolet Onix na versão LT. Equipado com motor 1.0 turboflex de 116 cv, o hatch da marca da gravata dourada custa R$ 94 mil. Com a redução, pode chegar aos R$ 80 mil. O câmbio é automático de seis marchas.


Divulgação/Fiat

Outro que vem nessa mesma linha é o Toyota Yaris hatch na versão XL, que tem motor 1.5 de 107 cv e câmbio CVT de 7 marchas. O modelo custa em média R$ 95.220, mas com os descontos pode sair por R$ 77.951. Em seguida, vale citar o novo Fiat Cronos, que estrou na linha 2023 em julho deste ano, com opções de motor 1.0 flex de 77 cv e 1.3 Firefly de 107 cv. O Jornal do Carro cotou a versão topo de linha Precision 1.3, avaliada em R$ 94.321. Além do abatimento do ICMS e do IPI, a marca italiana ainda oferece um desconto de 4% em cima dos impostos. Assim, o sedã pode sair por R$ 77 mil.

Novo Citroën C3 tem desconto PCD?

Um modelo que vale citar é o novo Citroën C3. A nova geração do hatch com estilo de SUV estreou no Brasil em agosto, com a promessa de preços competitivo.. Por ser um produto novo, não há previsão de quando, e se, ele vai entrar com disponibilidade para o público PCD. No entanto, duas versões poderiam contemplar tanto o ICMS, quanto o IPI. São essas a Feel Pack e a First Edition, ambas com motor 1.6 flex de quatro cilindros que gera 113 cv e torque de 15,4 mkgf. Elas custam R$ 93.990 e R$ 97.990, respectivamente.


Citroën/Divulgação

Como funciona o IPI?

Desde 1995, Pessoas com Deficiência (PCD) podem comprar automóveis 0-km com isenção do IPI. Mas, desde então, as regras sofreram alterações. Em 31 de dezembro de 2021, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a Lei 14.287/21. Em síntese, o texto – em vigor desde 1º de janeiro – incluiu pessoas com o transtorno do espectro autista. Também fazem parte da lei taxistas, pessoas com deficiência auditiva e portadores de deficiência física, visual e mental severa ou profunda.

Inclusive, foi nesse período que o o teto para desconto aumentou de R$ 140 mil para R$ 200 mil. Dessa forma, a regra vale até 31 de dezembro de 2026. Cabe salientar, entretanto, que não existem carros para PCD, mas modelos que atendem às novas regras em relação a valores. Todos os referidos veículos devem ter fabricação nacional, motor até 2,0 litros e, no mínimo, 4 portas.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.