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Modelos do grupo VW são barrados por suspeita de trabalho escravo
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Modelos do grupo VW são barrados por suspeita de trabalho escravo

Veículos do Grupo VW foram barrados em porto nos EUA por conter peça com suspeita de produção por trabalho escravo em região da China

Rodrigo Tavares, especial para o Jornal do Carro

19 de fev, 2024 · 6 minutos de leitura.

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neymar
Modelos da VW, Bentley, Audi e Porsche foram retidos por conta de peça
Crédito:Divulgação/Bentley

Recentemente, certos modelos produzidos pelo Grupo VW foram retidos em portos dos Estados Unidos, mas não se sabia o motivo. Agora, descobriu-se que foi por conta de um componente eletrônico a bordo de vários Volkswagen, Porsche, Audi e Bentley, alegadamente vindo do oeste da China. A informação é do Financial Times.

A marca tinha motivos para acreditar que tal componente infrator era um problema, e avisou as autoridades ainda em janeiro, enquanto preparava uma peça substituta, que deve permitir a liberação dos modelos retidos. Enquanto isso, concessionários e clientes seguem na espera pelos veículos.



Porsche/Divulgação
Porsche/Divulgação

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Mas por que essa pequena peça (segundo a marca) gerou tamanha atitude? Uma lei — a Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uigur, de 2021, — fiscaliza os produtos fabricados no oeste da China, especificamente na área de Xinjiang, que utiliza trabalho forçado. Para contexto, os uigures são uma minoria muçulmana que a China reprime, até com casos de trabalhos forçados, nos chamados de “campos de reeducação”. Portanto, o que se compreende por trabalho escravo.

Nos EUA, leis desencorajam a utilização de produtos produzidos sob regimes de trabalho forçado/escravo, não permitindo sua circulação no país. Contudo, ainda não se sabe se a peça alertada pelo Grupo VW foi realmente produzida em violação da Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uigur, ou mesmo em Xinjiang, mas que age apenas com base nas alegações. Assim, substituindo a peça e investigando sua verdadeira origem. Segundo a VW, a peça é feita por um “subfornecedor”, ou seja, de alguma empresa que fornece a seus fornecedores.

VW afirma em nota ter agido para corrigir o problema

VW/Divulgação
VW/Divulgação

A marca afirma ainda que começou a agir para corrigir o problema assim que recebeu informações sobre problemas com a parte ofensiva. Procurada pela publicação americana MotorTrend, a marca afirmou, em nota: 

“Estamos trabalhando para corrigir um atraso na entrega de certos veículos do Grupo Volkswagen dos portos às concessionárias devido a um problema alfandegário. Isso está relacionado a um pequeno componente eletrônico — parte de uma unidade de controle maior — em processo de substituição à medida que as peças chegam As entregas continuam, porém, podem ocorrer alguns atrasos inevitáveis, pelos quais pedimos desculpas. Estamos entrando em contato com cada cliente para mantê-los informados.

A Volkswagen leva muito a sério as alegações de violação dos direitos humanos, tanto na empresa como na cadeia de abastecimento. Naturalmente, isto também inclui quaisquer alegações de trabalho forçado. Estamos constantemente analisando nossos processos e melhorando-os continuamente. Quando recebemos informações sobre riscos de direitos humanos ou potenciais violações, esforçamo-nos por remediá-los o mais rapidamente possível. Assim que recebemos informações sobre alegações relativas a um de nossos subfornecedores, iniciamos uma investigação sobre o assunto. Esclareceremos os fatos e tomaremos as medidas apropriadas. Estas também podem incluir a rescisão de uma relação com o fornecedor se as nossas investigações confirmarem violações graves.”


Ainda segundo o Financial Times, muitos modelos foram afetados pela “pequena peça, parte de uma unidade de controle maior, que será substituída“. A informação foi veiculada em uma carta enviada pela VW aos clientes afetados pelo problema. Por fim, considerando o alto número de modelos afetados, e o grande tempo de reparo, que pode chegar a algumas horas, estima-se que pelo menos um mês seja necessário para sanar o problema. 

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