Quem é atento ao mundo do automóvel sabe o que significa “quatro grandes”. É o grupo formado pelas montadoras mais antigas do País: Chevrolet, Ford, Volkswagen e Fiat. Nos últimos anos, com raras exceções, elas também foram as que mais venderam carros no mercado nacional. Em 2019, no entanto, a Renault está quebrando essa regra.
Desde o início do ano, a marca vem aparecendo firme na quarta posição do ranking de vendas, jogando a Ford para trás. Não é, porém, a primeira vez que isso acontece.
Em 2016, pela primeira vez, a Hyundai conseguiu quebrar a força das quatro grandes e tirar a Ford desse grupo. Depois disso, não houve mais mudanças em um ano completo. A ordem de vendas desde então é Chevrolet na liderança, Volkswagen e Fiat se alternando na segunda e terceira posições e a Ford no quarto lugar.
Houve casos isolados no decorrer dos anos, em que em um ou outro mês Toyota ou Renault conseguiram tirar a Ford do quarto lugar. Em 2019, porém, o desempenho da Renault está bem consistente.
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Renault em números
Considerando apenas os carros sem passeio – sem contar vans e picapes -, a Renault só vende menos, atualmente, que Chevrolet e Volkswagen. É a terceira força.
Quando os comerciais leves entram em ação, a marca é quarta colocada no ranking de vendas. No acumulado deste ano, somou 70.507 emplacamentos. Já tem cerca de 3 mil exemplares de vantagem para a Ford.
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Nos quatro primeiros meses deste ano, a Renault ficou três vezes na quarta posição em vendas. Só apareceu atrás da Ford em janeiro.
Apesar da consistência, a briga está longe da decisão. A vantagem de 3 mil unidades é pequena. E, além da quinta colocada, Ford, sexta e sétima também aparecem próximas da francesa.
Sexta colocada, a Toyota somou 66.907 emplacamentos neste ano. A Hyundai, sétima, tem 63.686 unidades vendidas.
Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
O trunfo da Renault
O que levou à marca francesa à posição que ocupa hoje é o Kwid. É claro que dificilmente um carro sozinho faz verão, mas a Renault tem outras armas secundárias para lutar pela manutenção de quarto força do mundo dos carros.
Lançado no ano passado, o Kwid logo caiu no gosto do povo. A razão: fórmula que une preço baixo, consumo de combustível reduzido (é um dos mais econômicos do País) e espaço bem acima do oferecido pelo principal rival no segmento de entrada, o Mobi.
Além disso, o Kwid é o único carro da Renault que não tem alta dependência das vendas diretas. Elas representam 21% de seus emplacamentos, número baixo no universo do mercado em que essa modalidade detém quase 45% das unidades vendidas neste ano.
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Mas, por falar em vendas diretas, o fato de a Renault ser muito forte nessa modalidade é a outra razão de seu sucesso. Esse tipo de negócio é o que impulsiona a maior parte das vendas de todos os outros modelos da marca.
A montadora também tem dois SUVs que ocupam posições intermediárias do ranking. Estamos falando do segundo segmento mais importante do Brasil. Juntos, Duster e Captur registraram 15,5 mil emplacamentos neste ano. Isso os colocaria, se fossem um só, à frente do EcoSport.
E, claro, a Ford também tem responsabilidade no salto da Renault. A linha da montadora hoje é restrita a praticamente quatro carros: Ka, Ka Sedan, EcoSport e Ranger. Enquanto isso, a Renault tem Kwid, Sandero, Logan, Duster, Captur e Oroch. Todos atuando em segmento importantes.
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