Primeira Classe

Rocco Forte: charme, história e luxo na Itália

Em Roma e Florença, hotéis da rede Rocco Forte se destacam por serviço impecável e contraste entre histórico e contemporâneo

Rafaela Borges

05 de set, 2019 · 18 minutos de leitura.

Rocco Forte Hotel de La Ville" >
De La Ville: ambientes externos de estilo Mediterrâneo
Crédito: Fotos: Rafaela Borges e Divulgação

Pouco conhecido no Brasil, por não ter unidades aqui ou em qualquer outro país da América do Sul, o Rocco Forte é uma das referências em hotelaria de alto luxo nas cidades em que atua – a maior parte delas, na Europa. A pequena rede reúne elementos que encantam os sentidos e a memória dos hóspedes, gerando grande fascínio e, claro, a vontade de ficar mais. E voltar.

O charme é a marca registrada da rede, e frequentemente faz um casamento acertado com elementos históricos e design peculiar. Conheci dois hotéis Rocco Forte exatamente em seu país origem, a Itália.

Em Roma, o Rocco Forte Hotel de la Ville foi inaugurado em maio, e aposta em se tornar um grande ponto de encontro na capital italiana. O Hotel Savoy, em Florença, já está há bem mais tempo sob a bandeira da rede hoteleira de luxo.


Porém, ganhou mais charme e exclusividade no ano passado, ao passar por uma completa renovação. Em comum, além de serem representantes da rede Rocco Forte, o De la Ville e o Savoy têm muito. Ambos ocupam localizações privilegiadas em duas das mais visitadas cidades italianas.

 

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O hotel de Roma – segundo da rede na capital Itália, depois do De Russie – fica bem ao lado da Escadaria de Espanha. O de Florença está na charmosa Praça da República, bem próximo ao imponente Duomo di Firenze.

São também hotéis antigos, que já existiam muito antes de passarem para a administração da rede. Assim, ocupam edifícios históricos, com fachadas impressionantes. Ambos também investem em alta gastronomia.


Rocco Forte Hotel de la Ville

Minha primeira imersão no universo Rocco Forte foi o Hotel de la Ville. Antes de passar para a administração da Rocco Forte, ele era o Intercontinental de la Ville.

Reformado e inaugurado em maio deste ano, o hotel tem uma fachada histórica e uma recepção minimalista, mas extremamente sofisticada. Por trás das portas do edifício, estão móveis contemporâneos em cores vivas, mas sem exageros.

Réplicas de esculturas e quadros inspirados no Renascimento estão por todos os lados. Um elevador panorâmico é o principal acesso aos andares de quartos e suítes.


Cielo Bar

 

Mas não é o único. Há outros dois blocos de elevadores, e cada um deles é uma obra de arte. Eles são decorados com mosaicos. As áreas abertas do Rocco Forte de la Ville também são destaques. No verão, os hóspedes desfrutam o café da manhã em um terraço.


Nessa área, o clima mediterrâneo domina a decoração, com tons coloridos na medida certa, como o contraste entre o tom do prédio e as janelas na cor verde. Uma imagem que remete bastante ao litoral da França e da Itália.

Bares, restaurantes e spa

No sexto e sétimo andares, o bar “rooftop” (Cielo Bar) serve drinks e refeições leves com uma vista impressionante para a cidade eterna. No verão, há DJs, administrando trilha sonora que acompanha um incrível por do sol. O bar já se tornou um ponto de encontro em Roma.


Da Sistina

 

O outro bar do hotel (Julep) investe em decoração inspirada no século XVII de várias capitais europeias, mas com elementos contemporâneos. Durante minha estadia, ele estava fechado, assim como o restaurante que ocupa o mesmo andar (chamado de Mosaico).

Segundo informações do De La Ville, em agosto, por causa do verão, muitos hóspedes preferem desfrutar outras opções da noite de Roma a ficar nessas duas atrações do hotel. Daí, a opção por fechar. Uma pena; perdi a oportunidade de conhecê-los.


Spa

 

No entanto, estava aberto o outro restaurante, voltado tanto aos hóspedes quanto a clientes não hospedados. Também um ícone do casamento de design contemporâneo e histórico, o “Da Sistina” investe em culinária italiana com toques de cozinha internacional.


 

 


Outro destaque do De La Ville é o spa, que oferece diversos tipos de massagem e tratamentos em saunas variadas e banhos de luzes, por exemplo. Os produtos são de uma das marcas do grupo, Irene Forte.

Quarto Deluxe no De La Ville

Hospedei-me em um dos quartos mais sofisticados do hotel, da categoria Deluxe, com 35 metros quadrados. Alguns apartamentos dessa categoria têm uma entrada imponente, em frente ao elevador panorâmico.

A imponente porta de tom vermelho escuro (muito usado no hotel) dá acesso a um pequeno closet. O banheiro é revestido de mármore claro e azulejo bicolor, com box imenso e funcional – não gostei muito da pressão da água da ducha, para falar a verdade.


 

As amenidades, que incluem até kit de costura bem completo, são da marca Irene Forte, de excelente qualidade. Os tons de decoração variam bastante.


No quarto em que me hospedei era predominantemente claro, tom que estava nas cortinas, poltronas e até nos quadros com desenhos clássicos da arte italiana. Isso favorece a ampla iluminação proporcionada pelas duas janelas, que se abrem completamente (embora esse apartamento não tenha terraço) e são totalmente à prova de som. A vista é para a Via Sistina, ao lado da famosa Escadaria de Espanha.

 


Os tons claro são quebrados pelo preto de alguns móveis, como armários e o rack onde estão a TV e o minibar. A cama é do tipo “king”, com lençóis de algodão egípcio e imensos e confortáveis travesseiros.

Além das cortinas, há poucos elementos clássicos na decoração, que é contemporânea sem exageros, deixando o ambiente “clean” e sofisticado.

A TV é equipada com chrome cast, permitindo aos hóspedes visualizar programação em streamings como Netflix.


Suítes

O Rocco Forte De La Ville tem diversos tipos de suítes, das tradicionais “júnior” às chamadas “signatures”, ou topo de linha.

 

ROAD TRIPS PELO MUNDO


 

Conheci duas, ambas com terraço. A Grand Suite tem 60 metros quadrados e três ambientes. Já a Roma é uma “signature”. Além de 80 metros quadrados em quatro ambientes, que inclui uma imensa sala com sofá, poltrona e espreguiçadeiras, tem um terraço panorâmico com vistas impressionantes de Roma.

Por ali, há mesa, sofá e diversas espreguiçadeiras, para que os hóspedes possam aproveitar o sol do verão. As réplicas de importantes bustos da arte italiana são um elemento interessante na decoração das suítes do De La Ville.


Savoy

O Savoy é mais clássico que o De La Ville, mas nem por isso abre mão de elementos contemporâneos. Renovado no ano passado, teve seus 120 apartamentos e suítes transformados em apenas 80.

O lobby e outros ambientes do hotel, como bar e restaurante, foram decorados em colaboração com a marca de alta costura Emilio Pucci, que surgiu em Florença.


 

Vários elementos da grife estão em sofás, mesas e outros detalhes do hotel.

As suítes são os destaques do Savoy. Hospedei-me em uma executiva, com 50 metros quadrados separados em sala, quarto e banheiro.


Aqui, o visual é mais clássico que no De La Ville, linha evidenciada em elementos como sofás e papel de parede. As janelas, que também abrem completamente, garantem uma bela vista para a Praça da República.

 


O imenso banheiro é todo revestido de mármore e tem banheira e box (de tamanho médio) separados. A pia é dupla.

Cama do tipo king, travesseiros imensos e confortáveis e lençóis de algodão egípcio também fazem parte do pacote de luxo dessa suíte do Savoy.

Pude conhecer também outras suítes do hotel. A Junior Deluxe tem o mesmo tamanho da executiva, mas com uma disposição e decoração levemente mais modernas.


 

Já a presidencial, batizada de Duomo, é um ícone da sofisticação clássica. São pelo menos cinco ambientes em 152 metros quadrados, com direito à adega em uma enorme sala de jantar, além de uma cozinha exclusiva.


Há ainda um imenso closet, lavabo e sala, além do quarto principal. Ela pode ser também integrada a um dos quartos clássicos do hotel – os únicos que têm chuveiro sobre a banheira, uma solução que não me agrada.

 


Outras atrações

Diferentemente do Rocco Forte De La Ville, o Savoy não tem spa. Em contrapartida, na renovação, foi montada uma imensa sala de ginástica, equipada com modernos e variados aparelhos. Uma academia com essas proporções é rara de se ver em um hotel relativamente pequeno, de design.

 


O restaurante do hotel é o Irene, especializado em culinária da região da Toscana. Além do salão principal, há ainda uma área externa, em plena Praça da República. Ali, as mesas são decoradas com elementos típicos da marca Emilio Pucci.

Integrado ao restaurante está o Irene Bar, que costuma reunir hóspedes, visitantes e moradores de Florença para drinks no fim da noite.

Também chama bastante a atenção no Savoy a localização. Quase tudo está a uma “walking distance”. Ou seja: dá para ir caminhando às principais atrações de Florença, como o Duomo, o Palacio Vecchio e a Galleria Uffizzi. Além, claro, dos bons restaurantes, bares e locais de compra da cidade que é o berço do Renascimento.


Ao lado do Savoy, aliás, estão lojas de diversas marcas de luxo, como Gucci e Miu Miu.

 


Serviço

O serviço nos dois hotéis da rede Rocco Forte têm padrões semelhantes – e bastante altos. Da chegada ao check-out, os funcionários são impecáveis.

Após o check-in, há a apresentação do quarto por um funcionário da recepção. Nos dois hotéis Rocco Forte, fui recebida com simpáticas amenidades – chocolates, frutas e, no De la Ville, até garrafa de espumante.

Nota dez também para os mensageiros dos dois hotéis, especialmente em Florença. Como eu estava em uma “road trip”  pela Toscana, e a cidade é bem complicada para se rodar de carro, eles providenciaram para que eu não tivesse de me preocupar com nada relacionado ao automóvel, além de me ensinarem caminhos que o GPS não conseguia identificar.


 

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Aqui, porém, vale uma ressalva. Nem o hotel Savoy (ou nenhum outro do centro de Florença) é um ponto intermediário aconselhável para uma viagem de carro pela Toscana. As ruas dessa parte da cidade são de acesso limitado. Além disso, os estacionamentos são caríssimos – no Savoy, paguei 50 euros a diária.

Mas dá para contornar esse problema. Explicarei melhor essa dinâmica no post sobre a “road trip” pela Toscana.

Vale também destacar, especialmente em Florença, a facilidade de comunicação com os funcionários no hotel. Todos falam inglês.


Pode parecer óbvio, mas não é. Em Roma esse problema é menos evidente, mas na região da Toscana, até mesmo em Florença, a comunicação em inglês é bastante complicada. Quase ninguém domina o idioma – e isso ocorre até mesmo em hotéis.

Gostei

Em ambos, a decoração, a localização, o casamento entre histórico e moderno, o charme e o serviço. No De La Ville, o bar Cielo,  os terraços de estilo Mediterrâneo e os elementos contemporâneos na decoração, além do spa. No Savoy, os elementos de Emilio Pucci na decoração e a sala de ginástica.

Não gostei

Em ambos, a internet gratuita simplesmente não funciona. Se precisar mesmo de wi-fi, são 20 euros por dia. No Savoy, a ausência de spa. No De la Ville, o fato de um restaurante e um bar não estarem funcionando.


 

 

 


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