A Hyundai apresentou sua primeira picape da história. Trata-se da Santa Cruz, modelo médio-pequeno feito a partir do novo Tucson. Também em monobloco, a picape tem grandes chances de vir ao Brasil para encarar a Fiat Toro e a Ford Maverick.
A Santa Cruz chega em uma categoria estratégica no mercado – a Hyundai intitula SAV veículo esportivo utilitário), já a Fiat chama por SUB (picape esportiva utilitária). Seja como for, esse segmento se caracteriza por uma hibridização entre um SUV e utilitário.
Dessa forma, ela foca no conforto e lazer de um utilitário esportivo e menos no uso de carga de um utilitário. Tanto é que a carroceria é feita em chassi monobloco, assim como a Fiat Toro, e ela não dispõe de versões a diesel.
Portanto, ela tem 4,97 m de comprimento, 1,90 m de largura, 1,69 m de altura e 3 metros de entre eixos, um tamanho levemente maior do que a Toro e mais comprida que a Maverick (que deve ter até 4,95 m).
Logo de cara, o visual mais parrudo e distinto chama atenção. A dianteira é praticamente a mesma do Tucson. A grade é formada por luzes de LED em um só elemento.
Sua parte luminosa, chamada pela Hyundai de “luzes paramétricas escondidas”, entrega um efeito tridimensional. Por sua vez, os faróis principais ficam mais abaixo e trazem um moldura mais quadrada do que no Tucson.
Lanterna em forma de martelo
Já na traseira, o design é inovador. Na orientação horizontal, as lanternas se assimilam a dois martelos. Na parte inferior, o emblema da marca vêm estampado na tampa da carroceria. Com poucos vincos, a parte de trás é chapada e deixa todas as linhas mais ousadas para a dianteira e para a portas da frente.
Potência mais alta do que picapes médias
O conjunto mecânico também não desaponta. Dessa forma, a Hyundai oferece duas opções de motorizações. A primeira tem o motor de quatro cilindros Smartstream 2.5 GDI aspirado que gera até 192 cv de potência máxima e 24,8 mkgf.
Já a versão turbo de 2,5 litros T-GDI surpreende ao entregar até 278 cv e 42,7 mkgf, ou seja, potência superior a entregue até por picapes médias, como Hilux, Ranger e Amarok. Ambas as opções são somente a gasolina e são acopladas a um câmbio de dupla embreagem de oito marchas.
A capacidade de reboque acompanha a alta potência. A versão aspirada leva até 1,5 toneladas, enquanto a versão turbinada tem capacidade para rebocar até 2,2 toneladas.
Interior arrojado
A refinada cabine também lembra a de um SUV. A alavanca de câmbio, por exemplo, é semelhante ao utilitário esportivo médio. No painel, há uma grande central de instrumentos de 10″ com botões digitais. Com um ar retrô, o painel de instrumentos também é digital de 10″, porém é opcional.
Sem surpresas, ele recebe o pacote de recursos de segurança Hyundai SmartSense. O conjunto dispõe de assistência de manutenção de faixa, aviso de atenção do motorista, aviso de ponto cego, câmera 360°, assistência de mudança de faixa, alertas de tráfego cruzado traseiro, frenagem automática, e controle de cruzeiro.
Chances de vir ao Brasil
De fato, o produto é bastante interessante ao país, visto o crescimento de picapes médias-pequenas e o investimento das montadoras neste segmento. Todavia, a importação pode ser um empecilho negativo para a comercialização, tendo em vista que o modelo é produzido na fábrica da Hyundai no Alabama (EUA).
Sem acordos de comércio, a Hyundai pagaria 35% só de taxa de importação. Isso sem contar a conversão do dólar para o real, com o câmbio cotado a R$ 5,65. Assim, uma boa saída seria fabricar a picape em solo nacional, mais especificamente na fábrica de Anápolis (GO). Contudo, caberia a montadora investir na infraestrutura para implementar a plataforma da picape.
Para os EUA, a picape chega entre julho e agosto mas já aceitará reservas no final de abril.