Logo que chegou ao mercado, o Ford EcoSport se transformou em sucesso de vendas. Ao final de 2003, em seu primeiro ano de vendas, já emplacava um impressionante 13º lugar no ranking dos mais vendidos. Era o prenúncio de que os SUVs tinham um futuro promissor: naquele ano, a categoria respondeu por menos de 3,5% das vendas e, sozinho, o EcoSport respondia por praticamente dois terços desse volume.
Só que nem o entusiasta mais otimista poderia apostar que, em janeiro de 2021, os utilitários esportivos chegariam à maioria absoluta no mercado. De acordo com dados da Fenabrave, associação que reúne os concessionários do País, os SUVs responderam por mais da metade das vendas. Para ser mais preciso, 50,8%.
Fato é que o segmento registra um crescimento constante, ano após ano. Ainda de acordo com dados da Fenabrave, o fechamento de janeiro de 2012 apontava o segmento de SUVs como o quarto do mercado geral, já com 9,2% do total de emplacamentos de automóveis e comerciais leves no Brasil. Cinco anos depois, em 2017, pulou para 22%. Em 2020, veio a liderança entre os segmentos, com 32,7%.
A preferência do consumidor pelos SUVs acontece mundialmente e as fabricantes têm ofertado cada vez mais opções no mercado. No ano passado, por exemplo, além do Jeep Compass reestilizado e com novo motor, duas novidades chegaram com tudo por aqui: Hyundai Creta e Fiat Pulse.
No caso do Creta, que veio todo renovado, em setembro, o sucesso foi tanto que, hoje, o modelo é o terceiro SUV mais vendido do mercado.
Pulse sobe, Tracker cai
Já o Pulse, chegou com tudo. Em novembro, inclusive, a Fiat divulgou que o SUV compacto vendeu 9.000 unidades em três semanas. Entretanto, a conta não foi bem assim. Ficou com vendas medianas, de início. Por fim, em dezembro, ultrapassou os 4.400 emplacamentos. Agora, em janeiro, foi o quinto SUV mais vendido do País.
Todavia, o Chevrolet Tracker caiu drasticamente, de 7.936 unidades (dezembro) para 2.376 (janeiro). A lista dos 10 mais de janeiro de 2022, você confere abaixo.
Sobe e desce
Conforme análise da consultoria Bright, em 2010, o segmento de hatches em geral (contando compactos e médios) era de 53,4% do mercado. Hoje, no fechamento de 2021, esse número mal passa de 24%.
Vale lembrar que o segmento em geral perdeu importantes players nesse meio-tempo. O Hyundai i30, por exemplo, era super cotado à época. Para se ter ideia, vendia média de 3.500 unidades por mês – mais que a Fiat Toro emplaca hoje.
Por falar na Fiat Toro, o segmento de picapes cresceu de lá para cá. O levantamento aponta que, no geral, as picapes (todos os portes) pularam de 11,3% para 18,2% de participação de mercado.
Muito disso se deve à Fiat Strada, que foi o veículo mais vendido do Brasil no ano passado. E não para por aí, afinal, a picapinha também fechou janeiro como a mais vendida do Brasil entre automóveis e comerciais leves, com 6.716 emplacamentos. Ou seja, 1.082 unidades a mais que o segundo colocado, Hyundai HB20.
Sedãs em declínio
Quem também sentiu forte impacto com a mudança de comportamento do comprador foi o segmento de sedãs médios. Se antes o Toyota Corolla tinha lugar cativo na lista dos 10 mais vendidos do mercado, hoje, ele fica abaixo até mesmo do irmão Corolla Cross.
Entretanto, se por um lado o Toyota Corolla vendeu mais em janeiro de 2012 do que no mesmo mês de 2021, sua participação de mercado na categoria aumentou nesses dez anos. No início da década passada, o sedã emplacou 3.625 unidades, conseguindo 22,8% de market share. Por outro lado, suas 2.142 comercializações registradas no mês passado, resultaram em 51,4% de participação. Ou seja, a oferta está menor.
Grupo das “quatro grandes” não existe mais
Se até o começo da década passada, General Motors, Fiat, Volkswagen e Ford formavam o grupo das “quatro grandes” e sempre estavam no topo da lista das marcas de automóveis mais vendidas – com pontuação média de 20% do share -, agora, a história mudou.
Dados da Fenabrave apontam que, em janeiro de 2022, o ranking ficou da seguinte maneira: Hyundai, GM, Fiat e Jeep. A média é de 13% para cada uma das fabricantes. A grande surpresa, portanto, fica com a Jeep. Mérito das vendas de Renegade e Compass. Com quase 5.000 unidades cada, são, portanto, líder e vice-líder da categoria de SUVs.
Confira os dez SUVs mais vendidos de janeiro:
1º) Jeep Renegade – 4.999
2º) Jeep Compass – 4.905
3º) Hyundai Creta – 4.175
4º) Volkswagen T-Cross – 3.761
5º) Fiat Pulse – 3.192
6º) Toyota Corolla Cross – 2.478
7º) Chevrolet Tracker – 2.376
8º) Citroën C4 Cactus – 2.283
9º) Honda HR-V – 1.792
10º) Nissan Kicks – 1.682