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Tesla está fisgando clientes de Honda e Toyota com os carros elétricos
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Tesla está fisgando clientes de Honda e Toyota com os carros elétricos

Sem oferta de elétricos em seus catálogos, japonesas Honda e Toyota estão perdendo clientes tradicionais para a Tesla, aponta pesquisa

João Del Arco, Especial para o Jornal do Carro

08 de dez, 2022 · 4 minutos de leitura.

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tesla
Tesla está sendo acusada de invasão de privacidade, negligência e quebra de contrato
Crédito:Tyrone Siu/Reuters

Um jargão muito comum no jornalismo político é o de que “não há vácuo no poder”. Ou seja: nunca um espaço ou função social ficará à deriva. No mundo dos carros, não é diferente. Prova disso é a migração de fiéis clientes das tradicionais marcas japonesas Honda e Toyota para novatas como a Tesla. O motivo? O vácuo causado pela falta de veículos elétricos nos catálogos das japonesas que atendam os anseios de clientes adeptos à eletrificação.

Tal comparação, contudo, não é mera força de expressão. Segundo dados de uma recente pesquisa da S&P Global Mobility, empresa especializada em análise de dados do mercado automotivo mundial, os consumidores que estão migrando para veículos elétricos em 2022 “estão em grande parte saindo da Toyota e da Honda”. Segundo a instituição, entre outubro de 2021 e setembro de 2022, 15% dos novos clientes conquistados pela Tesla eram antes proprietários de modelos Toyota, e outros 13% de modelos Honda. Os dados se referem ao mercado norte americano.

O movimento, porém, tem uma explicação um tanto simples. Diferentemente de outras marcas tradicionais como Chevrolet, Volkswagen e Ford, por exemplo, a oferta de modelos 100% elétricos das duas japonesas é diminuta. Embora a Toyota se destaque pela oferta de modelos híbridos, ela oferece globalmente apenas um modelo totalmente eletrificado, o SUV bZ4X. Trata-se de um modelo vendidos no Japão, Estados Unidos e Europa do porte da RAV4. A Honda por sua vez oferece apenas uma opção elétrica, o Honda e. Oferecido no Japão e em alguns países da Europa, o modelo tem dimensões compactas, pouco indicadas para quem busca um carro para atender uma família inteira.

Homda e
Honda/divulgação


Novos clientes da Tesla

Mas não são só as japonesas que estão vendo seus fiéis clientes migrarem para a Tesla. As premium alemãs Mercedes e BMW também precisam se preocupar. Embora tenham uma oferta bem mais vasta de modelos eletrificados que Honda e Toyota, a S&P Global Mobility aponta que 6,7% das vendas da Tesla no período vieram de clientes Mercedes. Já os atuais Tesla e ex-BMW correspondem a 6,2%.

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Vale lembrar que os carros elétricos corresponderam a 5,2% das vendas totais nos Estados Unidos em 2021, cerca de 630 mil unidades. A título de comparação, isso representa pouco menos da metade do número total de veículos 0 km vendidos no Brasil no ano passado, quando nosso mercado registrou 1.387.195 unidades vendidas. Os 100% elétricos, contudo, representaram uma tímida fatia de 0,2% desse montante por aqui. Pouco, é verdade, mas certamente com nenhum Honda ou Toyota envolvido, uma vez que ambas não oferecem modelos 100% elétricos no nosso país.

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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.