O anúncio de um Renault Kwid 2018 por R$ 83 mil não é algo que se vê todo dia. Mas a surpresa tem uma explicação: ele é blindado. No entanto, isso gera outros questionamentos. Quem blinda um Renault Kwid? E por que? Fomos atrás dessas respostas.
No anúncio está escrito que o Kwid recebeu o nível máximo de blindagem disponível para veículos de passeio no Brasil, a III-A. Essa blindagem resiste a disparos de armas com calibre 9 mm em submetralhadoras e Magnum .44, por exemplo. O anúncio também afirma que a blindagem acrescentou 140 kg ao peso Kwid. Associado aos 786 kg em ordem de marcha, o Kwid pesa agora 926 kg.
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O anúncio é da blindadora RB, localizada na Zona Sul de São Paulo. A empresa trabalha com blindagem para todo tipo de veículo. A maioria dos projetos, segundo a empresa, é de SUV compactos para cima. Mas ela recebe também encomendas de carros como VW Polo e Toyota Yaris, além de picapes compactas, como a VW Saveiro. No caso da picape, a vantagem é que a blindagem sai mais em conta. Isso porque é preciso blindar só a cabine, não a caçamba, reduzindo a área. Porém, todos esses projetos têm total acima de R$ 100 mil.
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Inscreva-seMas está surgindo uma demanda por carros compactos, como Hyundai HB20 e o próprio Renault Kwid, que têm públicos diferentes. No caso do primeiro, ele é adquirido por pais, para ser o primeiro carro de um filho ou filha, sem chamar a atenção, mas com proteção da blindagem.
No caso do Kwid, ele é comprado para o trabalho. Empresas que precisam transportar valores, como lotéricas, e farmácias, mesclam a discrição com a segurança da blindagem. Se o desempenho não é o forte, ao menos tem a segurança entre a empresa e a agência bancária.
A cada dez carros montados pela RB Blindagem, um é um compacto. Ainda assim, a empresa sempre tem um a pronta entrega. A ideia é não perder o cliente que quer um carro na hora por causa de 20 dias até montar um exemplar.
Tipos de blindagens
Além da III-A que foi aplicada ao Kwid e é a mais utilizada no mercado pela resistência, há outras especificações. A nível I, resiste a disparos de calibre .38 ou .22. No caso da nível II-A, a blindagem suporta disparos de .357 Magnum e 9 mm. A nível II, os mesmo projeteis, mas a uma velocidade maior, ou seja, menor distância de disparo. Acima está a III-A, que já citamos, e é o máximo permitido para uso civil.
Há também a blindagem nível III, mas seu uso é restrito e, assim como as demais, requer autorização do Exército. Ela resiste a disparos de fuzil, com calibre 7.62 ou 5.56, os mais utilizados atualmente nesse tipo de arma. Resistente até a disparos de metralhadoras M60, com munição calibre .30, a nível IV é de uso exclusivo das Forças Armadas e chefes de Estado no País.