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Carros alegóricos têm motor, bateria, freios? Veja como eles funcionam
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Carros alegóricos têm motor, bateria, freios? Veja como eles funcionam

Carros alegóricos utilizam chassis de caminhões e ônibus; veículos exigem mais de um motorista por questões de segurança

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

03 de fev, 2024 · 6 minutos de leitura.

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carros alegóricos
Carros alegóricos podem ter motor e freios
Crédito:Foto: Wilton Junior/Estadão

O carnaval está chegando e, com ele, os desfiles das famosas escolas de samba. Em 2024 são 14 escolas do Grupo Especial que vão desfilar no Sambódromo Anhembi, em São Paulo. Já no Rio de Janeiro, são 12 que vão entrar na Marquês de Sapucaí. Seja como for, além das fantasias, bateria e enredo, um dos grandes focos de atenção são os carros alegóricos. E além de toda a decoração e mecanismos de apresentação, a estrutura é de extrema importância para conseguir cumprir o desfile inteiro.

Para realizar um desfile, os carros alegóricos contam com um sistema de engenharia meticuloso por traz. Muitos deles, por exemplo, utilizam chassis de veículos de grande porte, como caminhões e ônibus com até três eixos. A regra não é fixa. Afinal, depende do tamanho da alegoria. No entanto, quando falamos dos carros principais de apresentação, muitos contam também com motor, freio, volante e câmbio para conseguir atravessar a avenida.



Divulgação/Estadão
Divulgação/Estadão

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Além disso, é necessário estruturas de aço e outros materiais resistentes para conseguir comportar o peso das decorações, bem como dos dançarinos que desfilam no carro alegórico. Seja como for, a maioria conta com um sistema de direção e frenagem, composta por discos e pastilhas, para auxiliar no bom fluxo do carro, bem como uma parada de emergência, por exemplo.

Equipe necessária

Aliás, cabe dizer que não é apenas um motorista que fica de prontidão para dirigir os carros alegóricos. Afinal, como não tem uma visão da via, é necessária toda uma equipe para auxiliar na condução. Dessa forma, são pelo menos três pessoas experientes e habilitadas para pilotar. Além disso, um deles é responsável por orientar o condutor principal. Seja com for, também há alegorias com câmeras internas, para facilitar a direção e visualização da avenida.

No entanto, por ser uma apresentação e tudo contar como ponto, além dos motoristas responsáveis, há cerca de 25 pessoas responsáveis pelo carro. Chamados de “turma da merenda”, essa equipe fica posicionada atrás dos veículos para, caso der algum problema, consigam empurrá-lo. Além disso, eles também são responsáveis por auxiliar na partida do carro, na arrancada. Assim, não prejudica o sistema por conta do peso elevado.


FOTO: PEDRO KIRILOS / ESTADÃO
FOTO: PEDRO KIRILOS / ESTADÃO

Carros alegóricos precisam de aprovação

Há diversas questões que envolvem a escolha do motor e a montagem dos carros alegóricos. Afinal, tudo depende do tamanho e peso. No entanto, muitos deles utilizam motores de baixa potência para mover o veículo no desfile. Seja como for, existem alegorias que contam com motores mais potentes a diesel. Vale dizer, contudo, que a presença de motor não é uma regra. Muitas alegorias, por exemplo, são empurradas por uma equipe responsável.

Cabe dizer que, para desfilar no sambódromo, os carros precisam de diversas aprovações. Em São Paulo, por exemplo, as escolas precisam passar por um laudo técnico chamado de “Anotação de Responsabilidade Técnica”, ou ART. Essa avaliação, aliás, é feita por empresas de engenharia habilitadas pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, o Crea-SP. O objetivo, dessa forma, é garantir a segurança e identificar o motorista responsável.


Preço pode ser elevado

No entanto, não é só de estrutura e mecânica que se faz o carro alegórico. Muitos contam também com geradores e mecanismos de movimento. Dessa forma, o valor para construir um veículo desse jeito não é baixo. Alguns podem chegar a marca dos R$ 500 mil para desfilar na avenida, contando com design, decoração, engenharia e demais necessidades.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”