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Dono da Tesla diz que 1.000 km de autonomia para carros elétricos ‘é muito’
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Dono da Tesla diz que 1.000 km de autonomia para carros elétricos ‘é muito’

Elon Musk afirma que poderia ter feito Tesla Model S com 965 km de autonomia, mas seria desnecessário por piorar o desempenho do veículo

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

05 de mar, 2022 · 8 minutos de leitura.

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tesla
Elon Musk diz que autonomia exagerada pode piorar a aceleração, o manuseio e a eficiência
Crédito:PIXABAY

A competição entre os carros elétricos está cada vez mais acirrada e um dos fatores dominantes nessa disputa é a autonomia. Recentemente, o dono da Tesla, Elon Musk, chamou atenção no Twitter após dizer que uma autonomia de 1.000 km pode tornar um carro ”pior”. De acordo com o CEO, esse número traria um impacto negativo no desempenho de um veículo por conta do peso das baterias.

A declaração foi dada após o perfil Whole Mars Catalog publicar na rede social do passarinho que a Lucid Motors entregou o primeiro EV de 500 milhas. Ou seja, cerca de 904 km. Em seguida, completou falando que a Tesla será a primeira a produzir um veículo com essa capacidade em massa, e marcou Elon Musk na publicação. Por sua vez, o empresário afirmou que já poderia ter entregado uma autonomia com essa, mas preferiu manter a qualidade do produto.

”Poderíamos ter feito um Model S de 600 milhas (965 km) 12 meses atrás, mas isso tornaria o produto pior, pois 99,9% do tempo você estaria carregando massa desnecessária da bateria, o que piora a aceleração, o manuseio e a eficiência. Até mesmo nosso carro com mais de 400 milhas (640 km) é mais do que quase qualquer um usará”, comentou Musk.

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Mais autonomia diminui desempenho?

A ideia de Musk pode fazer sentido, visto que as baterias de íon-lítio, apesar de leves, podem se tornar mais pesadas quando acopladas em grande quantidade. Inclusive, essas baterias são o padrão atual dos carros elétricos. Por isso, a utilização de várias unidades pode afetar o peso total do veículo, diminuindo seu fluxo de potência, aceleração e desempenho.

Vale dizer que, atualmente, a Tesla está desenvolvendo um tipo de bateria (também de íon de lítio) mais acessível, com menos componentes tóxicos e que podem trazer melhorias significativas para os modelos da marca. Estamos falando da 4680 que, segundo a empresa, ocupa metade do espaço e gera a mesma energia de uma bateria do atual Model Y.


A Tesla afirma que, com ela, o custo por km cai 56% e a autonomia aumenta cerca de 16%. Outro ponto positivo é que a vida útil do produto pode ser de 1 milhão de km, e sua estrutura reduz o tempo de carregamento para só 15 minutos. Além disso, após 4 mil ciclos de carga e descarga, ela mantém 90% de sua capacidade. Mas, ela só deve equipar o primeiro Tesla em 2023.

Tesla Model S
Tesla/Divulgação

Musk cancelou Model S com mais de 830 km de autonomia

Em junho de 2021, a história envolvendo o novo Tesla Model S cuja autonomia supera os 830 km chegou ao fim. O motivo? Segundo o CEO, a configuração Plaid já era “boa o bastante”. Contudo, indícios apontam que outra razão também poderia estar relacionada. Como, por exemplo, a crise de semicondutores, que acabou atrasando a produção do novo conjunto de baterias.


O anúncio do cancelamento aconteceu também pelo Twitter, onde Musck escreveu: “Plaid+ está cancelado. Sem necessidade, uma vez que o Plaid é muito bom”. O modelo era uma das três variantes do Model S, que foi lançado em janeiro de 2021. Na época, a empresa anunciou a Long Range e a Plaid, versões mais baratas, com até 1.000 cv de potência. E a Plaid+, até então, seria a topo de linha.



Porém, mesmo não sendo lançado, o Model S era o primeiro do mercado no quesito autonomia, até perder o posto para o Lucid Air no ano passado. Apesar das especulações, o cancelamento da versão topo também pode estar relacionado ao fato da montadora achar que a alta autonomia influencie negativamente o desempenho.

Lucid Air bateu recorde de autonomia

Em 2021, a marca do bilionário Elon Musk perdeu a primeira posição de ”carro com maior autonomia” para a Lucid Motors. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), o sedã Lucid Air, na versão Dream Edition Range, alcançou 520 milhas com apenas uma carga de bateria. Ou seja, aproximadamente 836 km.


Para se ter uma ideia, essa distância é equivalente a quase uma viagem completa de ida e volta de São Paulo ao Rio de Janeiro, com 430 km entre as cidades. Com esse resultado, o Lucid Air superou o arquirrival Tesla Model S, que tem autonomia de até 651 km.

Lucid Air
Divulgação/Lucid Motors

O número impressionante alcançado pelo Lucid Air foi possível graças a um conjunto de baterias com capacidade de 900 Volts. Além disso, o sedã vem com carregador de 300 kW que possibilita recarregar as baterias em 20 minutos, obtendo uma autonomia de 480 km.


Dessa forma, são 22 módulos de bateria no Lucid Air que, somados, criam 110 kWh. Para comparação, no Model S são 100 kWh. O sedã da marca rival da Tesla possui dois motores elétricos que, juntos, produzem 933 cv de potência máxima.

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