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Toyota GR Corolla X Honda Civic Type R: os novos hatches esportivos do Brasil
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Toyota GR Corolla X Honda Civic Type R: os novos hatches esportivos do Brasil

Toyota e Honda investem em hatches esportivos e lançam os rivais GR Corolla e Civic Type R com preços acima de R$ 400 mil; veja o comparativo

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

02 de ago, 2023 · 14 minutos de leitura.

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toyota x honda
Honda Civic Type R e Toyota GR Corolla vão disputar vendas no mercado brasileiro
Crédito:Crédito: Honda/Toyota/Jornal do Carro

Há cerca de um mês, a Honda lançou o Civic Type R no Brasil. O modelo chegou ao mercado com objetivo de conquistar o público que deseja um hatch esportivo. Entretanto, ele não está só. Pouco tempo depois, a Toyota estreou o inédito GR Corolla, hatch com preparação de pista da Gazoo Racing – preparadora da montadora. Dessa forma, se formou um grande embate entre os “hot hatches” das marcas japonesas.

O Civic Type R, que usa a base da 11ª geração do Civic, aterrizou em terras nacionais com preços a partir de R$ 429.900. A versão é única, mas a Honda oferece um pacote adicional chamado de “Traffic Alert”, que pode fazer com que o hatch salte para R$ 434.900.  Vale lembrar que o primeiro lote, com apenas 17 unidades, é composto pela versão completa. Até o fim do ano, a marca importará um total de 100 unidades do Japão.



HONDA CIVIC TYPE R: COMO É O “HOT HATCH” DE R$ 430 MIL

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No caso do Toyota Corolla GR, a princípio, serão 99 unidades disponíveis no País. Há duas versões, Core e Circuit, que custam, respectivamente, R$ 416.990 e R$ 461.990. Feito na planta da GR em Motomachi, no Japão, o “hot hatch” supera o veículo mais caro da Toyota no Brasil: o SW4 GR-Sport, com preço de R$ 447.750.

Mas afinal, quais são as principais diferenças entre o Toyota GR Corolla e o Honda Civic Type R? O Jornal do Carro montou um comparativo completo entre os modelos. Confira!

Motores turbo

Sob o capô, o Toyota GR Corolla conta com motor 1.6 turbo intercooler com três cilindros em linha do GR Yaris, à venda no exterior. Assim, gera 304 cv de potência a 6.500 rpm. O torque de 37,7 mkgf é entregue entre 3.000 e 5.500 rpm. De acordo com a marca, a aceleração de 0 a 100 km/h leva 5,5 segundos. Desde os pedais até o conjunto de suspensões e a direção, o acerto no hatch impressiona.


O Civic Type R, por sua vez, traz o mesmo motor da geração anterior. Mas, com modificações. Dessa forma, com o motor 2.0 turbo com injeção direta, o novo Type R se torna o mais rápido já feito pela Honda. No desempenho, o hatch entre 297 cv e 42,8 mkgf de torque máximo a partir de 2.600 rpm. Com esse conjunto, o modelo consegue acelerar de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos.  O motorista consegue sentir a precisão da direção. Mas tudo pode mudar. Basta escolher um dos quatro modos de condução disponíveis: Comfort, Sport, +R e Individual.

Toyota GR Corolla tem motor 1.6 turbo de 304 cv de potência – Toyota/Divulgação

Type R e GR Corolla ofertam câmbio manual de 6 marchas

No entanto, a cereja do bolo em ambos os modelos é o câmbio manual de 6 marchas. De acordo com o teste do Jornal do Carro, essa transmissão no GR Corolla rege a tocada mais esportiva do hatch. Em contrapartida, o Type R traz o câmbio com recursos exclusivos. A Honda explica que o “rev-match control system”, por exemplo, garante uma sincronia de rotações nas reduções de marchas. Ou seja, evita um eventual desequilíbrio em entrada de curva, inclusive na redução da segunda para a primeira marcha.


Mas a tração muda

A grande diferença está na tração. No esportivo da Toyota, há a tração integral GR-Four. Dessa forma, permite ajustar a tração entre os dois eixos, com configurações selecionáveis de distribuição de torque ao conjunto nas proporções 60/40, 50/50 e 30/70. Além disso, a Toyota mexeu na geometria da suspensão. Assim, o hatch tem bitola 60 mm mais larga na frente e 90 mm mais larga atrás.

Já o Civic Type R tem tração apenas dianteira. No entanto, de acordo com a montadora, há um diferencial que auxilia nas curvas e deixa o carro mais preciso. O hatch, assim como o modelo da Toyota, conta com suspensão McPherson na dianteira e multilink na traseira. No entanto, no caso do GR Corolla, é do tipo Double Wishbone. Os amortecedores, por fim, são adaptativos.  

Civic
Honda Civic Type R conta com novo aerofólio traseiro – Vagner Aquino/Jornal do Carro

Quando o assunto é freio, o GR Corolla conta com pinças de 4 pistões com monobloco de alumínio. São 14″ na dianteira e 11,7″ na traseira. Já o Civic Type R usa pinças Brembo com 4 pistões na dianteira e discos ventilados de 13,8″, bem como discos sólidos de 12″ na traseira.

Estética esportiva

Apesar de inédito no Brasil, o GR Corolla já é vendido em outros mercados. O “hot hatch” tem visual esportivo e linhas agressivas com faróis pontiagudos, para-choque completamente redesenhado e aerodinâmico, capô com vincos marcantes, ampla grade frontal em formato de colmeia, aerofólio e três difusores de ar. Um diferencial é o teto em fibra de carbono na versão Circuit, que melhora a performance.

O modelo usa rodas de 18″ com acabamento preto brilhante e calçadas com pneus Michelin Pilot Sport 4 235/40. Como dizem os executivos da Toyota, não há nada meramente estético. Na paleta de cores, o GR Corolla oferece quatro tons: branco Polar, preto, vermelho e cinza Precious Metal.


Toyota GR Corolla
GR Corolla tem fibra de carbono no teto, na versão topo de linha – Toyota/Divulgação

Pois, no Type R, a dianteira tem uma entrada de ar central no capô (feito de alumínio) para arrefecer o motor. Ao contrário do Civic convencional, a grade de baixo é enorme e traz o logotipo da Honda com fundo vermelho. A mesma cor está na letra “R” da inscrição Type R, colada no canto da grade.

Ademais, o Civic Type R tem saias laterais e rodas de 19 polegadas com aros mais finos. O modelo vem de fábrica com pneus 265/30 ZR19 feitos em parceria com a Michelin. Mas o grande destaque é o enorme aerofólio na traseira. Por fim, o hatch esportivo tem difusor traseiro com três saídas centrais de escape. A paleta de cores tem apenas quatro opções. São elas: Racing Blue Pearl (azul), Rallye Red (vermelha), Championship White (branca) e Crystal Black Pearl (preta).


Toyota GR Corolla é mais compacto que Honda Civic Type R

Nas dimensões, o Toyota GR Corolla é ligeiramente menor que o rival da Honda. Ao todo, o hatch conta com 4,41 m de comprimento, 185 m de largura, 1,45 m de altura e 2,64 m de entre-eixos. Além disso, por contar com tração integral, também é mais pesado, com 1.470 kg.

Já o Type R, que ganhou largura em relação a geração anterior, conta com 4,60 metros de comprimento, 1,89 m de largura, 1,41 m de altura e 2,74 m de entre-eixos. O peso é de 1.446 kg, de acordo com a ficha técnica.

Civic
Civic Type R tem quatro modos de condução – Vagner Aquino/Jornal do Carro

Por dentro

Na cabine, o GR Corolla mantém um visual similar ao do Corolla convencional. No entanto, traz alguns diferenciais com uma pegada mais esportiva. Esse é o caso, por exemplo, dos bancos tipo concha, bem como as pedaleiras esportivas e o volante com costuras vermelhas. Além disso, o hatch da Toyota oferece ar-condicionado digital dual zone, quadro de instrumentos digital de 12″ e central multimídia de 7″. Na versão topo de linha, há também o head-up display.

Já o Civic Type R traz um visual mais disruptivo. O modelo conta com detalhes em vermelho nos bancos, volante, câmbio e até assoalho. De série, vem com carregador de celular por indução, ar-condicionado digital de duas zonas, som premium da Bose com 12 alto-falantes e pedaleiras de alumínio. Além disso, também oferece quadro de instrumentos digital e central multimídia de 9″.

Civic
Vagner Aquino/Jornal do Carro

Seja como for, o Honda Civic Type R conta com uma leve vantagem sobre o modelo da Toyota. Isso por conta do aplicativo Honda LogR, que exibe os dados de desempenho em tempo real. A tecnologia está disponível na multimídia ou via aplicativo para smartphones. Nela, é possível analisar os dados da pilotagem e pegar discas para aperfeiçoar o desempenho, com pontuação.

Lista de segurança

Além de 10 airbags, o Civic Type R tem vários outros equipamentos de segurança. O Honda Sensing, por exemplo, reúne os assistentes de condução. No pacote, há desde controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e frenagem para mitigação de colisão, até sistema de permanência de faixa, de evasão de pista (com ajuste de direção) e farol alto automático. Por fim, a lista incluí frenagem de emergência, sensor de pressão dos pneus e câmera de ré, entre outros itens.

Toyota
GR Toyota Corolla (Vagner Aquino/Jornal do Carro)

Seja como for, o GR Corolla não fica para trás. O hatch oferece o pacote ADAS Toyota Safety Sense, que também oferece uma vasta lista de recursos de assistência ao motorista. Esse é o caso, por exemplo, da frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa com correção no volante, faróis de LED com acendimento automático, entre outros. No entanto, são 7 airbags.

E o consumo?

Por fim, embora esse não seja o foco dos modelos, é importante falar sobre consumo. De acordo com o Inmetro, o GR Corolla consegue rodar 8,7 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada, com gasolina. Já o Civic Type R, por sua vez, faz médias próximas. Sendo 9,3 km/l na cidade e 11,9 km/l na estrada, também com gasolina.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.