Fiat 500 elétrico, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos são apenas alguns dos lançamentos da indústria automotiva em 2021. Afinal, a despeito do momento delicado pelo qual passam algumas montadoras – por causa da pandemia e da consequente crise dos chips -, o mercado brasileiro terá um 2º semestre superaquecido de novidades. A expectativa é de que, ao menos, 20 novos modelos pintem por aqui até dezembro.
Mesmo num cenário desafiador, com o fechamento de fábricas, baixa nas vendas e até postergação de lançamentos, as marcas prometem veículos inéditos, com variados tipos de motorização e, sobretudo, grandes chances de sucesso. É o caso, por exemplo, do Fiat Pulse – primeiro SUV da marca italiana -, do novo Honda City, agora, com carroceria hatch (para ocupar o lugar do atual Fit) e do Commander, a aposta da Jeep para o segmento de SUVs de sete lugares.
Jeep Commander (até dezembro)
Este último, no entanto, é a peça-chave na estratégia da Jeep de dominar as vendas de utilitários no País. Cabe salientar que, em julho, os dois SUVs mais vendidos do País foram da marca. Enquanto o Renegade ficou na 6ª posição do ranking geral de automóveis e comerciais leves, com 6.855 emplacamentos, o Compass veio logo atrás (7º), com 6.670 unidades. Os números são da Fenabrave, que representa os concessionários no País.
Para dar sequência ao sucesso da Jeep, o Commander promete chegar até o fim do ano junto às comemorações dos 80 anos da marca. Dessa maneira, disputará vendas com modelos do naipe de Chevrolet Trailblazer, Toyota SW4, VW Tiguan Allspace e Caoa Chery Tiggo 8.
Com tração 4×4 e motores turbo diesel (2.0 de 200 cv) ou turbo flex (1.3 de 185 cv), o jipão promete tecnologia abundante. Da porta para dentro, o SUV produzido em Goiana (PE) deve se assemelhar ao Compass. Ou seja, ambos compartilharão plataforma e alguns componentes mecânicos e tecnológicos. A promessa é estrear como o SUV mais sofisticado do Brasil.
Hyundai Creta (agosto)
A nova geração do Hyundai Creta também virá forte entre os lançamentos previstos. Com produção em Piracicaba (SP), o SUV vem dando as caras ao poucos e, assim, deve ser apresentado ainda neste mês. Entre os destaques, está o vasto apelo tecnológico.
Ar-condicionado automático digital, freio de estacionamento por botão e central multimídia de 10,25″ estão no pacote. Há conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay. O painel de instrumentos é digital com tela de 7″.
Da mesma forma, a plataforma de conectividade Bluelink está confirmada na segunda geração do Creta. Com ela, há possibilidade de controlar o veículo remotamente por meio do smartphone. Sem contar os itens de condução semiautônoma. Nesse sentido, ficam disponíveis frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa e controle de cruzeiro adaptativo.
Inspirado no chinês ix25, o novo Creta (flagra acima) chegará com design bastante moderno. Faróis, lanternas, grade, tampa do porta-malas, tudo é novo. A mecânica do SUV, todavia, ainda não foi confirmada pela marca sul-coreana. Mas podemos antecipar que há registros de versões 1.0 turbo (o TGDI flex de 120 cv do HB20) e 2.0 (o mesmo de 166 cv do Creta atual).
Citroën C3 (setembro)
E não é só isso que o mercado de utilitários vai oferecer em termos de lançamentos. A Citroën vai revelar em setembro a nova geração do C3, que se tornará um mini SUV. Não se sabe até o momento se o modelo – que tem origem indiana para mercados emergentes – continuará com o mesmo nome. Mas é certo que será produzido em Porto Real, no Rio de Janeiro.
Como opção mais barata frente ao C4 Cactus, o novo Citroën já foi flagrado sob camuflagem no Brasil. No entanto, não há informações concretas sobre o SUV de pequeno porte da Stellantis. O que se viu até o momento foi o design de uma miniatura do veículo, divulgada na internet. A mecânica também é incógnita. Não se sabe se virá com o 1.6 do C4 Cactus, com o 1.2 três-cilindros PureTech, de 90 cv, ou até mesmo se carregará o novo motor 1.0 turbo GSE, da Stellantis.
Pulse (setembro)
Por falar nesse motor, ele é uma das principais novidades do inédito SUV Pulse, que – pelo avanço do projeto – deve estrear em setembro. O primeiro utilitário esportivo da Fiat no Brasil deverá ter o 1.0 turbo flexível mais potente do mercado, ultrapassando os 128 cv do 1.0 TSI da Volkswagen. O torque, todavia, deve ficar entre 17 mkgf e 19 mkgf. As versões de entrada do Pulse terão o 1.3 Firefly, naturalmente aspirado.
Visualmente, o Pulse lembra bastante o irmão/fonte de inspiração Argo. No entanto, o modelo leva elementos até de Fiat Toro e Jeep Compass. Construído sobre a nova plataforma modular MLA, ele – que é um dos principais lançamentos do ano – promete central multimídia com conexão 4G nativa e sistema de frenagem autônoma de emergência. O preço estimado fica próximo dos R$ 100 mil.
Honda City (outubro)
Quem também promete causar alvoroço é o novo City. Além da conhecida versão sedã (agora, renovada), o modelo oferecerá a inédita configuração hatch. Projetado para mercados emergentes, o City apresentado no ano passado tem por meta substituir o Fit como modelo de entrada da marca japonesa no Brasil. Até porque o novo Fit subiu de nível.
Com chegada prevista para outubro – no máximo, novembro -, ambos (hatch e sedã) contarão, por aqui, com o atual motor aspirado 1.5 de quatro cilindros, que deverá ganhar sistema de injeção direta. De praxe, o câmbio será automático do tipo CVT.
Desenvolvida sobre uma nova plataforma global de compactos, o novo City promete tirar Fit e Civic do mercado nacional. Com mais refinamento, o modelo será feito na planta de Itirapina (SP). Na carroceria sedã, terá dimensões maiores que as do modelo atual.
Renault Kwid (outubro)
Depois de renovar o fôlego do Captur, com a adoção do motor 1.3 turbo flex, a Renault agora vai mexer no Kwid. O modelo, lançado em 2017, vai receber a atualização de meia-vida (praxe, quando veículos completam 4 anos).
O porte será o mesmo, entretanto, a dianteira está toda nova. Com destaque para os faróis posicionados abaixo das luzes diurnas de LEDs. Solução já, todavia, encontrada no mercado asiático. Acredita-se que usará o motor 1.0 flex do Sandero (1.0 SCe) e nova central multimídia. Para manter o preço baixo, o compacto deve manter a versão atual de entrada no portfólio.
Fiat Strada CVT (agosto)
A inédita configuração que mescla o esperado câmbio CVT com o motor 1.3 flex naturalmente aspirado chega em breve. Dentre as configurações beneficiadas, certamente estará a nova versão topo de linha – ate então, conhecida como Ranch (projeção abaixo).
A Strada, que é um dos modelos mais vendidos do País desde a sua chegada, em 2020, também quer conquistar a base do mercado. Além do modelo 1.3 CVT, a Fiat vai estrear nova versão de entrada (mais barata) – entretanto, não menos robusta – para sua picape pequena. O modelo, em síntese, terá Cabine Plus e propulsor 1.4 Fire flex.
Jeep Gladiator (setembro)
E, no mesmo grupo (Stellantis), a Jeep estreará a Gladiator. A novata, no entanto, já foi flagrada nos últimos dias sem camuflagem pelas ruas de Betim (MG), onde fica a sede da Fiat.
Atrasada em quase um ano (entretanto, estreou nos EUA em 2019), a picape baseada na 4ª geração do Wrangler deve começar a ser importada (de Ohio, EUA) já no mês que vem. Dessa maneira, usa o motor V6 de 285 cv e 35,9 mkgf de torque. O câmbio é automático de oito marchas. Por aqui, chegará na versão Rubicon, rica em ingredientes off-road.
Portas, barra estabilizadora e teto são removíveis. Há protetor de soquete, diferenciais de travamento mecânico Tru-Lok, tração integral Roc-Trac e tração 4×4 com reduzida e bloqueio dos diferenciais dianteiro e traseiro.
Picapes veteranas também mudam
Para o segmento, quem também promete novidade é a Nissan. Entre os próximos lançamentos da marca (que deve ter, ainda o sedã Sentra), a Frontier reestilizada é aguardada para o segundo semestre. Como principais novidades estéticas, o visual do modelo tailandês – vulgo, Navara. A inspiração na irmã maior Titan (vendida nos EUA) se traduz em detalhes como nova grade dianteira e faróis full LEDs. A mecânica, por fim, deve se dividir em turbo (160 cv) e biturbo (190 cv), sempre em conjunto com o motor 2.3 diesel.
Hilux e S10 (até dezembro)
Na Toyota, a renovada Hilux GR-Sport deve chegar em novembro. Dentre os destaques, dianteira mais robusta e apetrechos grudados na carroceria para dar aquele ar fora-de-estrada. Debaixo do capô, o mesmo 2.8 turbodiesel (204 cv) das configurações 4×4 diesel. O câmbio também permanece automático de seis marchas.
Já a GM também busca mais robustez para a S10 com a implantação da versão Z71 a partir do fim de 2021. O modelo ainda não foi revelado, mas certamente terá – assim como a Hilux GR-Sport – boa dose de equipamentos para quem curte aventura. Seguindo a cartilha da concorrente, o motor não será mexido em relação às demais versões turbodiesel: 2.8 Ecotec de 200 cv.
Equinox (até dezembro)
Em termos de lançamentos, a GM promete trazer, ainda, uma nova versão do Cruze e o Equinox reestilizado. Do primeiro, detalhes são desconhecidos. Entretanto, o SUV – aguardado para este semestre – traz mudanças no visual. Grade, para-choques e faróis foram redesenhados. E lanternas têm novo miolo – iluminadas por LEDs. O conteúdo recheado é diferencial. Terá sistemas de condução semiautônoma em todas as versões. Motorização deverá seguir com apenas a oferta do 1.5 turbo, de 172 cv.
Bolt, mês que vem; E-JS1, para outubro
Pensa que acabou? Nada disso. Com a corda toda, a GM ainda vai investir no segmento de elétricos, com a chegada confirmada do novo Bolt, a partir do mês que vem. Apesar do novo visual e da vasta lista de equipamentos (como nova central multimídia e wi-fi a bordo), o hatch manterá, no entanto, baterias (atualizadas) de 65 kWh com autonomia para 416 km.
Na JAC, quem quer fazer história é o E-JS1. A intenção é ser o carro elétrico mais barato do Brasil. O primeiro dos lançamentos da joint-venture entre JAC e VW (na China) chega por R$ 149.900. O compacto é feito sobre a mesma plataforma do irmão iEV20. As baterias de 30,2 kWh dão autonomia de 260 km ao modelo, que gera potência equivalente a 61 cv por meio do motor elétrico. O torque fico é de 15,3 mkgf.
E a Volvo, finalmente, começa a entregar – também no mês que vem – o XC40 totalmente elétrico (Recharge). Pré-vendas começaram em maio. Ao preço de 389.950, o SUV usa dois motores para gerar 408 cv e tem autonomia de 418 km.
Stellantis lançará híbrido e elétrico
Pelas mãos da Stellantis, aterrissam no Brasil os lançamentos Peugeot 208 e-GT elétrico e o Jeep Compass com motorização híbrida, o 4xe. O hatch estreia ainda neste mês. A versão esportiva com emissão zero conta com motor de 136 cv e torque de 26,5 mkgf. As baterias de 50 kWh rendem autonomia de até 340 km.
Já o SUV híbrido combina motor 1.3 GSE turbo a gasolina com um motor elétrico. Respectivamente, a força é transferida para as rodas dianteiras e traseiras, dessa maneira, forma a tração 4×4. No total, são 240 cv (180 cv, do 1.3, + 60 cv, do elétrico) e 27,5 mkgf. Se vier ao Brasil, o Renegade de mesmo sobrenome, entretanto, deve ficar para o ano que vem.
Mercado de luxo tem Exceed, Audi e Mercedes
Em síntese, o mercado de luxo também promete lançamentos. O Caoa Exeed LX é um deles. No terceiro trimestre, o SUV da marca de luxo da Chery na China quer brigar com os alemães Audi Q3, BMW X1 e Mercedes-Benz GLA. Luxo e tecnologia ditarão as regras. Nesse sentido, duas telas digitais de alta resolução (12,3″ cada) estão no pacote. Tem até reconhecimento facial. E, para se mover, o SUV terá o mesmo 1.6 TGDi a gasolina de 187 cv do primo Caoa Chery Tiggo 8.
Por fim, estão no gatilho as novas gerações de Audi A3 e Mercedes-Benz Classe C. Na fabricante das quatro argolas A3 Sportback e Sedan começaram a ser vendidos em maio, mas têm entregas para setembro. Na lista de novidades, destaque para o abandono dos motores 1.4 e 2.0 TFSI. A partir de agora, os lançamentos contarão apenas o 2.0 TFSI turbo a gasolina debaixo do capô. São 190 cv e 32,6 mkgf de torque. Câmbio tem dupla embreagem e sete marchas.
Já o sedã da Mercedes-Benz chegará renovado por aqui, mas não se sabe quando, exatamente. A promessa é estar nas lojas até dezembro. A nova geração do Classe C, por fim, tem design renovado e, na cabine, destaque para a adoção da enorme central multimídia de 12,8 polegadas. O alemão terá apenas motores dotados de sistema híbrido e ausência de câmbio manual.