A Seleção Brasileira estreia nesta quinta-feira (24) na Copa do Mundo do Catar em busca do aguardado hexacampeonato. Já são 20 anos de espera pelo título mundial. E nesse tempo, o mercado brasileiro de carros mudou completamente, não só no perfil dos modelos mais vendidos, mas também em relação ao nível de tecnologia e segurança.

Para começar, em 2002, ano do Pentacampeonato da Seleção, não havia SUV no ranking dos mais vendidos. A lista era dominada por hatches e sedãs compactos, com destaque para os modelos de entrada. VW Gol, Fiat Palio, Chevrolet Celta, Fiat Uno e Ford Fiesta foram os cinco carros mais emplacados no País naquele início de século.

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Abaixo, o Jornal do Carro resgata a lista dos 10 modelos mais vendidos no ano do Penta. A pesquisa tem como base as vendas de 2003 – o mais próximo feito pela Fenabrave. Naquele ano, o mercado brasileiro emplacou 1.344.722 unidades, números bem diferentes dos que vemos hoje após as consequências da pandemia da Covid-19. Seja como for, o total é menor que de 2022 no acumulado de janeiro a outubro, com 1.563.619 emplacamentos.

Relembre os 10 carros mais vendidos em 2002*

10°) Peugeot 206: 33.139

Começando pelo final, o 10° lugar ficou para o Peugeot 206. O modelo vinha com duas opções de motor. O primeiro era o 1.0 de 70 cv e 9,3 mkgf de torque, enquanto as versões mais caras traziam o 1.6 de 110 cv e 15 mkgf – a configuração mais vendida na época. Ao todo, ele emplacou 33 mil unidades, superando rivais como, por exemplo, o Renault Clio. Com o 206, a Peugeot conseguiu ocupar a 7ª posição no ranking das marcas, segundo a Fenabrave.

9°) Chevrolet Corsa: 34.430

Em 9° temos o Chevrolet Corsa, que foi um divisor de águas para marca no Brasil. O sucesso foi tanto que até ditou as linhas da concorrência. Como aconteceu com o Volkswagen Gol “bolinha”. Em 2003, o compacto, no entanto, já tinha perdido um pouco da força e vendeu apenas 34,4 mil unidades.

Por aqui, ele estava à venda na segunda geração. Na variante de entrada, o motor era o 1.0 de 71 cv e 8,7 mkgf de torque. No entanto, o foco era a versão topo de linha com o 1.8 de 102 cv e 16,8 mkgf. Ambos vinham com um câmbio manual de 5 marchas. Vale dizer que a montadora também estreou o Corsa 1.8 flex por aqui. Este entregava 105/109 cv e 18,2 mkgf de torque máximo.  

8°) Toyota Corolla: 35.655

Entre os modelos dessa lista, o mais luxuoso era o Toyota Corolla. Naquela época, o sedã ocupou o 8° lugar com 35,6 mil emplacamentos. O carro-chefe da marca japonesa estava disponível em três versões, sendo elas: XLi, XEi e SE-G. Na primeira, o modelo era equipado com o motor 1.6 de 110 cv e 14,9 mkgf. Havia opção com câmbio manual de cinco marchas ou automático de quatro.  Já as variantes mais caras vinham com o motor 1.8, que oferecia 136 cv e 17,4 mkgf de torque. Na topo de linha, a transmissão era apenas automática. Com isso, a Toyota ocupou a 6ª posição no ranking geral de mais vendidos, com mais de 42 mil emplacamentos.

7°) Fiat Siena: 37.135

A 7ª posição ficou para o Siena. O sedã tinha uma vasta lista de opções no mercado e, por isso, conseguiu emplacar 37 mil unidades. Entre as configurações estavam, por exemplo, os motores 1.0 (65 cv e 9,1 mkgf), 1.3 8V (67 cv e 11,1 mkgf), 1.6 16V (106 cv e 15,4 mkgf) e 1.8 8V (103 cv e 17 mkgf).

6°) Chevrolet Classic: 62.031

O Chevrolet Classic (que durou até 2016 no mercado brasileiro), antes conhecido como Corsa sedã, era concorrente direto do Fiat Siena. E, em 2003, superou o compacto da marca italiana com uma larga vantagem, de mais de 30 mil unidades. Dessa forma, o modelo da marca da gravata dourada emplacou 62 mil carros. Ele era vendido com o motor 1.0 de 70 cv e 8,7 mkgf. Mas, também tinha opção 1.6 que entregava 92 cv e 13 mkgf com opções de transmissão manual de cinco marchas ou automática de quatro.

5°) Ford Fiesta: 70.074

Embora tenha perdido muito espaço com o fechamento das fábricas em 2021, a Ford representava uma grande parcela do mercado brasileiro em 2003. Naquele ano, ela foi a 4ª marca com maior participação do mercado, representando 11,21% e mais de 150 mil emplacamentos.

Muito desse sucesso era por conta do hatch Fiesta, que teve seu fim decretado pela montadora até junho de 2023. Ocupando o 5° lugar, o modelo vendeu pouco mais de 70 mil unidades. Ele vinha com três opções de motorização. A de entrada vinha com o 1.0 de 65 cv e 8,8 mkgf, já a intermediária trazia o 1.0 Supercharger de 95 cv e 12,6 mkgf. Por fim, a topo de linha trazia o motor 1.6 de 98 cv e 14,3 mkgf. Todas com câmbio manual de 5 marchas.

4°) Fiat Uno: 96.466

O Uno foi um dos modelos que revolucionou a indústria no País e foi considerado o carro mais barato do Brasil durante anos. Em 2003, o hatch não apresentava grandes atualizações ou movidas, mas, mesmo assim, chegou a vender 96 mil unidades, ocupando a 4ª posição. Em relação a motorização, ele era equipado com o 1.0 Fire de 55 cv e 8,4 mkgf de torque. O câmbio, por sua vez, era o manual de cinco marchas.

3°) Chevrolet Celta: 114.690

Entrando no top 3, vemos o Chevrolet Celta com motor 1.0 VHC de 70 cv e 8,7 mkgf. Rival direto do Fiat Palio, o hatch compacto perdeu a briga no ano de 2023 após uma disputa acirrada. A diferença era de praticamente 4 mil unidades. Dessa forma, o modelo emplacou 114.690. O fato do modelo ser simples e barato chamava muita atenção do público. Afinal, essa era realmente a proposta da Chevrolet, que ocupou a 2ª posição no ranking das marcas com 24,76% de participação e 332.926 emplacamentos.

2°) Fiat Palio: 118.756

O Palio ocupou o 2° lugar com 118.756 emplacamentos em 2003. O hatch foi um dos modelos mais vendidos da Fiat no País, o que ajudou a italiana a liderar o marcado com mais de 340 mil unidades vendidas naquele ano. Dessa forma, ficou no primeiro lugar no ranking das marcas com 25,31% de participação no mercado.

Por aqui, ele era vendido por aqui em sua primeira geração e contava com uma vasta lista de motores. Entre eles, o 1.0 8V (65 cv e 9,1 mkgf), 1.3 16V Fire (80 cv e 11,9 mkgf), 1.5 MPI (77 cv e 12,4 mkgf), 1.6 16V (106 cv e 15,4 mkgf) e 1.8 8V (103 cv e 17 mkgf).

1°) Volkswagen Gol: 180.073

Não foi uma surpresa quando o Volkswagen Gol ocupou o primeiro lugar do ranking de mais vendidos. Além disso, o hatch da marca alemã foi líder com uma larga vantagem em relação ao Palio, emplacando 180 mil unidades. Em 2003, o modelo estava disponível na versão G3, com o famoso formato “bolinha”, que conquistou muitos brasileiros. Ele vinha com opções de motor 1.0 (65 cv e 8 mkgf), 1.0 16V (76 cv e 9,6 mkgf) e 1.6 (92 cv e 14 mkgf). No entanto, havia diversas configurações possíveis.  

E foi neste ano que o Volkswagen Gol se aposentou, depois de 42 anos de produção. O hatch que, em 8 de maio de 1980, estreou no Brasil com a árdua missão de substituir o Fusca, saiu de linha e entrou para a história. Em seu lugar, quem chega para tentar repetir o sucesso é o Polo. O hatch nunca foi um popular, mas agora ganhou a inédita versão Track, com preço de Gol por R$ 79.990. Porém, antes de ir embora, o veterano dá o último suspiro com a série especial Last Edition.