Aqui está o prometido post sobre minha viagem de carro pela região de Provença, ou Provence (em francês). Espero que ele seja muito útil para vocês, pois eu encontrei pouquíssimo conteúdo na internet brasileira sobre a região.
Conhecida pelas lavandas, os vinhos, a culinária e a arquitetura de estilo provençal, a Provença é uma região muito diversificada. A maioria das atrações está no interior.
Porém, há também algumas cidades na praia, além de atrações naturais como cânions lindos de parar o coração.
Com cinco dias dá para ver o básico. Mas o ideal mesmo é já aproveitar a viagem e ver tudo. Eu recomendo dez dias. Fiquei onze, e não foram suficientes (mas teve Fórmula 1 no meio do caminho, e dediquei três desses dias completos à competição).
É importante fazer duas ou três bases para conhecer direitinho a região, porque alguns lugares ficam distantes dos outros. Eu escolhi três: Luberon (o parque), Aix-en-Provence e Saint-Tropez.
Em minha opinião, é essencial alugar um carro para explorar a Provença. Há trens, por exemplo, em Avignon e Aix-en-Provence. Porém, no Luberon, por exemplo, sem carro a visita fica praticamente impossível. E esta é a parte mais legal da região.
A melhor época para ir à Provença é a segunda quinzena do mês de junho. Para quem quer ver os campos de lavanda, não há outra ocasião. E também não é tão quente nem lotado quanto em julho.
Veja também: Estradas incríveis para quem gosta de dirigir
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Pacific Coast Highway
Com cerca de mil quilômetros, percorre o litoral da Califórnia, de Los Angeles a Long Beach, nos Estados Unidos. Entre os diversos trechos lindos, chama a atenção o entre as famosas Malibu e Santa Monica. A rodovia tem 33 pontes.
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Transfagarasan
Fica na Romênia, mais precisamente na Transilvânia. Cheia de subidas e descidas, tem curvas acentuadas e passa pelo famoso castelo do príncipe Vlad, que teria inspirado a criação do famoso Conde Drácula.
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Rio-Santos
Assim é conhecida o trecho da BR101 que liga a capital fluminense a Santos. No trajeto, há trechos serranos com curvas acentuadas e muitas vistas panarômicas das praias. Trafegando pela Rio-Santos, o motorista passará por locais como Angra dos Reis, Ubatuba e São Sebastião.
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Autobahn
Paisagens não são o forte dessas excelentes rodovias de pista dupla que cortam a Alemanha. O que importa é que trata-se do único local no qual pode-se dirigir, em alguns trechos, sem limite de velocidade. Muito bem pavimentadas, essas rodovias têm poucas curvas. Mas, nelas, o importante mesmo é acelerar. Uma boa notícia? Não há pedágio.
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Corniches do sul da França
Na França, corniche é o nome dado a estradas que ficam entre o mar e a montanha. Entre Nice e Menton, há três trechos, passando por locais como Cap Ferrat, a medieval Éze e o principado de Mônaco. Todas têm paisagens deslumbrantes, com o Mar Mediterrâneo abaixo, as montanhas típicas da região ao alto e diversas vilas, cidades medievais, jardins. Um passeio inesquecível.
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Atlantic Ocean Road
A Rodovia do Atlântico da Noruega, ou Atlanterhavsveien (em norueguês), tem cerca de oito quilômetros formados por oito pontes. A estrada passa por pequenas ilhas e recifes e promove vistas espetaculares.
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Serra do Rio do Rastro
Cerca de 250 curvas compõem essa estrada espetacular, que, felizmente, tem diversos mirantes para que os visitantes possam parar e observar a paisagem. Fica em Santa Catarina.
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Rota 66
Tema de música e paisagem de filmes, a "Route 66" é a mais famosa rodovia do mundo. Ela liga Chicago, no Leste dos Estados Unidos, à californiana Santa Monica, na Costa Oeste. São 3.940 quilômetros, passando por oito Estados norte-americanos.
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De Munique aos alpes da Áustria
A B11 é uma via secundária cheia de montanhas e curvas que pode ser percorrida a caminho de diversos destinos da Áustria e da própria Alemanha. Entre os destaques do trajeto, há pequenas cidades com casas típicas alemãs e lagos com água na cor verde esmeralda.
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Overseas Highway
Fica nos EUA e liga Miami a Key West.Tem cerca de 200 quilômetros, a maior parte deles formada por 42 pontes. A vista é para o mar de cor verde cristalina do sul da Flórida. Em alguns trechos, dá para avistar corais.
Primeira parte da Provença: Luberon
Eu fiz minha base em uma cidadezinha chamada L’isle-sur-la-sorgue, conhecida pelas feirinhas provençais e ao lado do parque Luberon.
Antes de ir ao Luberon, recomendo que você assista o filme “Um Bom Ano”. Ele mostra a essência do local, com sua vida pacata, lenta, regada a bons vinhos, culinária e paisagens deslumbrantes.
No Luberon, as estradas são estreitas, mas com ótima pavimentação. A paisagem é sempre marcada por campos de lavandas, videiras ou árvores altas. É recomendável redobrar o cuidado, pois há muitos ciclistas pelo caminho. Aliás, eles estão por quase toda a região de Provença, conhecida também pela prática do ciclismo – o tour de France passa por lá.
A cidade essencial é Gordes , um vilarejo provençal no alto de uma montanha. O local é dominado pela arquitetura típica da região, com inspiração medieval, além de hotéis e restaurantes charmosos. No primeiro caso, o mais badalado é o La Renassaince (foto abaixo), ao lado da famosa fonte do vilarejo.
A abadia e o chateau de Gordes são visitas obrigatórias.
No caminho de Gordes a Bonnieux, você verá alguns campos de lavanda. Visite a vinícola Chateau La Canorgue, cenário de “Um Bom Ano”. Faça degustação e escolha o vinho topo de linha, que custa 20 euros e é excelente.
Termine o dia em Lourmarin, para ver o por do sol no belíssimo Chateau de Lourmarin (foto acima), visitar galerias de arte, comprar sabonetes da Provença e jantar. Eu fui ao restaurante do simpático hotel Le Moulin, um dos melhores em que já estive na vida. Paixão total.
Veja também: Rota 66 entre Las Vegas e Los Angeles
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A estrada mais famosa do mundo
Oro Grande, na Califórnia, é uma das paradas da viagem entre Las Vegas e Los Angeles
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Rota 66
O deserto de Mohave
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A estrada mais famosa do mundo
Oro Grande, Califórnia
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Rota 66
Por todo o trajeto, placas indicam que você está rodando na histórica estrada
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Atravessando o deserto
Percorrendo o deserto de Mohave
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Rota 66
Fim do trajeto no deserto de Mohave
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Símbolo
A cada milha, há marcação no chão da estrada
Avignon: quando Roma foi à França
No segundo dia, acordei e, de bike (programa que vale muito a pena na Provença), fui até a cidade de Fontaine-de-Vaucluse. Além do caminho cheio de áreas verdes e construções medievais, o destino é um espetáculo.
Por lá, está a nascente subterrânea do rio de águas cristalinas Sorgue, de um tom esverdeado impressionante. O trajeto de bike foi de 15 km na ida e mais 15 km na volta. Aluguei a bicicleta no hotel, por 16 euros a diária.
Em seguida, fui visitar a famosa cidade de Avignon, que tem como principal atração o suntuoso Palácio dos Papas. Ele fica na cidade murada, onde há uma outra visita imperdível, a Ponte de Avignon. A partir dela, dá para ver toda a parte histórica da cidade.
Pedras e vida noturna
Depois, fui a Les Baux-de-Provence, a 40 km de Avignon. O caminho é espetacular, com a estrada rodeada por maciços de pedras. O vilarejo, aliás, fica sobre um deles.
Antes de chegar, dá para vê-lo a partir de um observatório, e a paisagem é inesquecível. Em Les Baux, além da arquitetura medieval, há diversas lojinhas de queijos e trufas.
A parada seguinte foi Saint-Remy, a apenas 10 km. Cidade murada, plana, cheia de fontes, foi inspiração para alguns quadros de Van Gogh.
O ponto forte de Saint-Remy é a noite, a mais animada desta região de Provença. Em frente bares e restaurantes (excelentes para experimentar a culinária provençal), na hora do por do sol (entre 20h e 21h no verão), há bandas de estilos variados, que vão do pop ao tradicional flamenco espanhol.
As ruas viram uma festa, com pessoas dançando. É um clima muito legal.
O manhã seguinte foi dedicado às cidades de herança romana de Arles e Nimes. Na primeira há um anfiteatro que lembra o Coliseu. Na outra, pontes romanas e uma cópia do Pathernon. Depois, visitei a famosa vinícola Chateauneuf du Pape. À tarde, mudei de base.
Veja também: Califórnia pela Pacific Coast Highway
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Pacific Coast Highway
A rodovia é uma das mais charmosas da Califórnia, pois passa por 120 milhas (cerca de 192 km) do Estado pelo litoral, passando por cidades importantes como Los Angeles e Long Beach, além das belíssimas Santa Monica, Venice Beach e Malibu.
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Pacific Coast Highway
Trecho urbano da rodovia, em Malibu
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Pacific Coast Highway
Diversos trechos da rodovia são de pista dupla, como este, entre Malibu e Santa Mônica
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Pacific Coast Highway
Os pontos extremos da rodovia são Dana Point, ao norte, e Oxnard, ao sul
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Pacific Coast Highway
No trajeto, as vistas são esplêndidas, e os surfistas, presença constante. Vale parar em praias e mirantes e se surpreender com a fauna marítima. Quase sempre dá para ver golfinhos, que acompanham os surfistas, e baleias, algo bem comum em Malibu.
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Pacific Coast Highway
Imagem de satélite da rodovia
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Pacific Coast Highway
Trecho entre Malibu e Santa Monica
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Pacific Coast Highway
Rodeo Drive, em Los Angeles
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Hollywood
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Malibu
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Pacific Coast Highway
Santa Monica
Aix-en-Provence e Marselha
Minha segunda base foi Aix-en-Provence, a mais escolhida por quem vai à Provença. Trata-se de uma cidade média, universitária, com excelente rede hoteleira.
Seu centro histórico é um charme, cheio de lojas, restaurantes e animados bares. Nele, está a Cours Mirabeau, que carrega o apelido de “avenida mais bonita do mundo”.
Aix fica a 38 km de Marselha, a maior cidade da Provença. A chegada à região de avião é por lá. Porém, dá também para desembarcar em Nice, se o plano for combinar essa viagem com a Riviera Francesa.
Não é a base ideal, pois não tem o espírito das cidadezinhas provençais. Porém, vale a visita. Há diversos pontos históricos incríveis, como a antiga prisão Chateau D’if (para chegar, é preciso pegar um barco no porto de Marselha).
Outro ponto turístico interessante é a bela basílica Notre-Dame de la Garde. Porém, o melhor programa é o passeio às Calanques de Cassis.
Ele também exige que se saia de barco do porto de Marselha. Optei por um programa em um barco que só leva seis pessoas, por isso paguei 60 euros (com a empresa Turquoise Calanques, que faz reservas por internet). Porém, a partir de 20 euros, há passeios em barcos maiores (e cheios), saindo tanto de Marselha quanto de Cassis, cidade ao lado.
Dá ainda para fazer uma trilha, para observar as calanques (que são cânions) de cima. A água esverdeada e cristalina entre montanhas forma um cenário deslumbrante, bom para a prática de snorkel.
Lavandas e mais cânion
Em toda a região de Provence, em junho e julho, dá para ver campos de lavanda. Os mais belos, no entanto, estão em Valensole, 100 km ao norte de Marselha e a 70 km de Aix.
Aproveite para visitar e fábrica da Loccitane em Manosque, a 20 km de Valensole.
E há ainda mais um cânion que vale a visita na região. Trata-se do Gorges du Verdon, ou Garganta do Verdon, o cânion mais profundo da Europa. A cor verde da água é impressionante.
Saint-Tropez
A badalada cidade pode ser combinada tanto com a região de Provença quanto com a Riviera Francesa. Trata-se também de um bom ponto transição para quem quer fazer as duas em uma viagem só, algo que exige entre 15 e 20 dias (apenas de carro, sem necessidade de outro tipo de transporte).
Saint-Tropez foi minha terceira base. A cidade litorânea é conhecida pela vida noturna, pelo porto repleto de imensos iates e pelos clubes de praia. É uma das sensações do verão europeu, e tem também um belo centro histórico. Por lá, passei três noites.
Os preços na Provença, especialmente os de restaurantes, são bem mais baixos que os praticados em outras regiões da França, especialmente a Riviera Francesa.
A maior parte dos deslocamentos na Provença é feito por estradas secundárias, boas de dirigir, com muitas curvas e velocidades máximas de 100 km/h. Já as rodovias têm máxima entre 120 km/h e 130 km/h, dependendo da região.
Em minha viagem à Provença, no ano passado, acompanhei o retorno do GP da França ao calendário. Ele é disputado no autódromo de Paul Ricard, ao lado da vila medieval de Le Castellet.
Para quem quer ir ao Grande Prêmio, que este ano ocorrerá de 21 a 23 de junho (confira ingressos), a melhor base é Marselha.
São 45 quilômetros entre a cidade mais importante de Provença e Paul Ricard. Bases como Aubagne e Gemenos são mais próximas, mas têm rede hoteleira limitada, que se esgota rapidamente.
A melhor maneira de chegar a Paul Ricard é de carro, e há vários estacionamentos ao redor (e a estrada é fantástica). O trânsito, porém, é surreal. Veja como foi minha experiência no GP da França.
Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos
Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não
03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.
Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.
A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.
“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.
As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.
“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica.
Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas.
O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.
O que o carro precisa ter para ser seguro?
Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre.
“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.
Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.
“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”